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Idoso engravida neta de 14 anos e revolta moradores de Limoeiro (PE)

Aliny Gama<br> Especial para o UOL Notícias

Em Maceió (AL)

08/06/2011 12h48

A gravidez de uma adolescente de 14 anos chocou a família e os moradores da cidade de Limoeiro (PE), a 87 quilômetros de Recife. Há uma semana, a família descobriu que a jovem estava grávida. Porém, o maior espanto foi saber que o pai da criança é o avô materno da garota, de 63 anos.

Para tentar esconder quem era o pai da criança, a jovem disse que tinha sido estuprada por homem desconhecido. Quando a família foi até a delegacia da cidade prestar queixa, a jovem resolveu confessar a verdade à polícia. 

“A menor relatou que era ameaçada pelo avô para não contar que vinha sofrendo violência sexual. Quando ficou grávida, ela não teve mais como esconder e inventou que tinha sido estuprada por um homem desconhecido. Só depois da gravidez é que contou a violência. Com uma conversa, ela nos explicou que o criminoso era o próprio avô”, afirmou ao UOL Notícias a delegada de Limoeiro, Aida Viana.

Revoltada e envergonhada com o caso, a família da jovem informou não queria comentar o episódio com jornalistas. A menor está internada em Recife, onde deve realizar um aborto.

Logo após a confissão, o agricultor aposentado Severino José de Assis teve a prisão preventiva decretada e está detido numa cela separada na Penitenciária Ênio Pessoa Guerra, em Limoeiro, desde a última quinta-feira (2). O avô a violentava havia cerca de um ano.

Segundo a delegada, o idoso confessou o crime e disse que “não resistiu à atração que sentia pela neta”. “Quando soubemos do crime, imediatamente decretamos a prisão preventiva dele, para que não atrapalhasse as investigações e também para proteger a sua integridade física. Ele agora vai responder pelo crime de estupro de vulnerável e vai ficar preso, à disposição da Justiça”, disse.

Justiça com as próprias mãos

O estupro e gravidez da adolescente revoltaram familiares, amigos e vizinhos. A delegada contou que parentes e pessoas da comunidade queriam matar Severino. “Se ele não fosse preso naquele momento, seria assassinado pela população. A menina não tem nem corpo de moça. Ela tem 14 anos, mas parece ter nove. Ela é bem magrinha e pequena”, explicou.

A polícia investiga se as outras netas, de oito e 15 anos, além do neto de 12 anos, também foram violentados pelo avô. “Estamos aguardando o resultado do exame de conjunção carnal, que foi realizado pelo IML [Instituto Médico Legal] esta semana nos demais netos”, informou Viana.

Os pais da adolescente contaram à delegada que nunca desconfiaram das atitudes de Severino. “Os pais deixavam as crianças na casa do avô para irem à igreja. Severino contou que aproveitava que estava sozinho com as crianças para manter relações sexuais com a neta de 14 anos. Para que os irmãos da adolescente não desconfiassem, Severino dava dinheiro para os outros netos irem jogar em lan house e ficar sozinho com a menina”, relatou a delegada.

Segundo exames sexológicos no IML de Recife, a adolescente está grávida de dois meses. A adolescente está internada desde terça-feira (7) no IMIP (Instituto Materno-Infantil de Pernambuco), na capital, para fazer exames de avaliação para interromper a gravidez.

Caso parecido

Há cerca de dois anos, um caso parecido ocorreu no município de Alagoinha, também em Pernambuco. Uma criança de nove anos engravidou de gêmeos após ser violentada pelo padrasto. A gravidez foi descoberta quando a menina já estava com quatro meses de gestação, em fevereiro de 2009. Ela reclamou à mãe de dores abdominais e foi levada ao médico. A gestação foi considerada de alto risco devido à pouca idade da criança, com o agravante de ser uma gravidez de gêmeos. 

A mãe da menina disse que nunca desconfiou do marido e padrasto da criança. Após muita polêmica, os pais da menina – que são separados – decidiram interromper a gravidez. O aborto foi apoiado por organizações não-governamentais de defesa da mulher, como os grupos SOS Corpo e Curumim.

O fato ganhou tamanha proporção que até a Igreja Católica tentou impedir o aborto, ameaçando entrar na Justiça, mas não conseguiu. Na época, o arcebispo d. José Cardoso Sobrinho excomungou a mãe da criança e os médicos que fizeram o procedimento.

O padrasto da menina foi preso e confessou que violentava a criança desde os seis anos de idade. Ele contou que também aliciava a outra enteada, de 14 anos, que é deficiente física.