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Menino tem as mãos queimadas pela própria mãe na Bahia

Heliana Frazão<br> Especial para o UOL Notícias

Em Salvador

09/06/2011 15h00

Um menino de nove anos teve as mãos mergulhadas em água fervente pela própria mãe, a dona de casa Raquel Ribeiro dos Santos, no bairro de Mandacaru, em Jequié, no sul da Bahia, a 360 km de Salvador. Segundo a delegada, Alessandra Pimentel, que acompanha o caso, ocorrido no último final de semana, a criança permanece internada com queimaduras de segundo grau. O quadro é estável, mas ainda não há previsão de alta médica.

Segundo apurou a delegada, o menino estava brincando com o celular de uma vizinha, amiga da família e considerada mãe de leite das quatro crianças da casa, quando Raquel determinou que ele devolvesse o aparelho. Para brincar, o menino colocou o telefone sobre um muro que divide as duas casas. A vizinha então reclamou com a mãe, que castigou o filho colocando as duas mãos da criança numa panela de água fervente --que estava pronta para depenar uma galinha.

"Após queimar as mãos do filho, a mãe foi para o quintal estender algumas peças de roupa, enquanto o menino gemia de dor, chamando a atenção do irmão mais velho, de 12 anos, que, ao ver as mãos do irmão muito inchadas, chamou um vizinho, em busca de ajuda”, contou Alessandra.

O garoto então foi levado para o hospital Prado Valadares, onde o serviço social alertou a polícia. Raquel Ribeiro dos Santos foi presa em flagrante, mas ganhou liberdade após pagamento de fiança de um salário mínimo.

“Ao se dar conta da violência que tinha praticado contra o filho, ela se mostrou muito arrependida, inclusive tem tentado visitá-lo no hospital, mas ele se mostra bastante arredio”, disse a delegada. O menino vem sendo acompanhado pelo pai e por uma tia.

A polícia acredita que a agressão foi um caso isolado e de raiva momentânea da mulher. Segundo a delegada, não há registros de antecedentes contra Raquel e os depoimentos de familiares e vizinhos não citam atos frequentes de violência familiar.

“Pelo que pude perceber ao ouvir o filho mais velho de Raquel, trata-se de uma família pobre, mas estruturada. Acredito que ela esteja, de fato, arrependida. Ficaram todos muito assustados”, afirmou.

Ainda não há uma definição sobre o destino do garoto após a alta médica, o que deverá ser decidido pelo Conselho Tutelar.