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Justiça do Rio declara morte presumida de engenheira desaparecida desde 2008

Hanrrikson de Andrade

Especial para o UOL Notícias<br>No Rio de Janeiro

17/06/2011 17h07

A 6ª Vara Cível Regional do Rio de Janeiro (Barra da Tijuca) declarou nesta sexta-feira (17) a morte presumida da engenheira Patrícia Amieiro Franco, que há três anos sofreu um suposto acidente na Barra da Tijuca, zona oeste da capital fluminense, e não foi encontrada desde então. Segundo o Tribunal de Justiça, os próprios pais da vítima, que tinha 24 anos na época, entraram com o pedido.

De acordo com a juíza Flávia de Almeida Viveiros de Castro, a jovem não desapareceria a esmo, uma vez que as declarações juntadas aos autos deixam claro que a engenheira possuía "vínculos muito estreitos com seus familiares e amigos".

Além disso, os resultados periciais indicam que ela não teria como sobreviver depois que o seu carro caiu no canal de Marapendi, na Barra. A polícia encontrou perfurações de tiros no veículo, o que indica que Patrícia fora alvejada.

"Por todo o exposto, a única dúvida que permanece com relação a esta tragédia é saber onde se encontra o corpo de Patrícia, visto que o óbito é indiscutível. Caberá a justiça criminal, sendo tal possível, localizar o corpo de delito", afirma a magistrada no texto da sentença.

A engenheira foi vista pela última vez no dia 14 de junho de 2008. Ela estava voltando para casa, de carro, depois de ir a uma festa no morro da Urca, na zona sul da cidade. O automóvel da vítima foi atingido por projéteis de arma de fogo em circunstâncias ainda não esclarecidas, e ela perdeu o controle do veículo. A polícia vasculhou o local atrás do corpo, mas não obteve sucesso nas buscas.

Quatro policiais militares foram acusados por homicídio qualificado, mas as investigações da Polícia Civil não reuniram provas suficientes e eles foram inocentados pela Justiça.

A família tem convicção de que Patrícia foi assassinada. Os suspeitos são são Marcos Paulo Nogueira Maranhão, Willian Luis do Nascimento, Fábio da Silveira Santana e Márcio de Oliveira Santos, todos lotados no 31º Batalhão de Polícia Militar (Barra da Tijuca).

Próxima audiência

O Tribunal de Justiça vai ouvir em breve duas testemunhas de defesa dos policiais militares acusados de homicídio qualificado no caso da engenheira Patrícia Amieiro Franco.

Segundo o órgão judiciário, a data da audiência na 1ª Vara Criminal do Estado ainda não foi marcada. Os depoimentos das testemunhas serão decisivos para decidir se os acusados irão ou não a júri popular.

Protesto

Familiares e amigos da engenheira organizam um ato para o próximo sábado (18), no mesmo local do suposto acidente, próximo à Lagoa de Marapendi.

A concentração do protesto acontecerá na saída do Túnel do Joá, local onde uma placa dá boas vindas aos motoristas que chegam à Barra da Tijuca. Cartazes com fotos da jovem e pedidos de justiça serão colocados no painel.

Além dos parentes da vítima, familiares das crianças assassinadas no colégio Tasso da Silveira, em Realengo, também devem participar da manifestação.