Moradores desrespeitam Justiça e mantém "guerra das espadas" em Cruz das Almas (BA)
Apesar de uma decisão judicial ter proibido a tradicional “guerra das espadas” na cidade de Cruz das Almas (145 km de Salvador), muitos moradores desrespeitaram a determinação e saíram às ruas com os artefatos entre a noite de quinta-feira (23) e a madrugada desta sexta (24). A Santa Casa de Misericórdia da cidade registrou ao menos 22 atendimentos de pessoas queimadas com fogos de artifícios, entre eles, as “espadas” – feitas com pedaços de bambu, barro, pólvora e outros componentes como limalha de ferro, de fácil combustão.
A ‘espada’ foi usada principalmente na periferia da cidade baiana. O caso mais grave, conforme o hospital, foi o de um homem que perdeu três dedos de uma das mãos ao soltar uma bomba. Ano passado, na primeira noite de festejos foram registrados 80 casos de pessoas feridas.
Embora as ruas centrais do município apresentassem certo ar de tranquilidade, nos arredores os moradores travavam batalhas livremente. Entretanto, segundo informações da delegacia local, apenas três pessoas foram detidas –foi lavrado um termo circunstanciado (que tipifica a infração como sendo de menor potencial ofensivo) e elas foram liberadas.
A Polícia Militar, que recebeu reforço da Companhia Especializada do Litoral Norte para coibir a prática, afirma ter percorrido os bairros da cidade, mas a medida não foi suficiente para conter a ação dos 'espadeiros'. Alguns deles chegaram a hostilizar e expulsar a equipe de um jornal local, que fazia a cobertura da festa.
Ainda segundo a polícia, foram feitas dezenas de denúncias, mas os flagrantes eram inviabilizados porque os infratores interrompiam a atividade ao avistarem a chegada dos policiais.
A dentista Maria da Glória Varjão, que mora em Salvador, mas escolheu a cidade de Cruz das Almas para festejar o São João, contou que as pessoas retomavam as batalhas logo que os policiais se afastavam. “A meu ver, como se trata de uma tradição local, o mais correto seria a prefeitura definir um local amplo e distante da área residencial, para os 'espadeiros' se divertirem. Eles sabem os riscos que correm, se insistem, o problema seria deles. Ao menos as outras pessoas não seriam prejudicada”, opinou.
Parte da população defende a manutenção da batalha, enquanto outros reclamam da impossibilidade de circular pelas ruas nas noites dos festejos juninos, além dos prejuízos provocados ao patrimônio público.
A prefeitura chegou a recorrer da decisão da Justiça a aprovou uma lei em regime de urgência disciplinando a brincadeira, mas não conseguiu evitar a proibição.
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