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Após proibição, número de queimados em guerra de espadas cai 75% em Cruz das Almas (BA)

Heliana Frazão

Especial para o UOL Notícias<br>Em Salvador

27/06/2011 12h52

O número de feridos durante a guerra de espadas deste ano, tradicional brincadeira disputada nas noites de 23 e 24 junho em Cruz das Almas (BA), 150 quilômetros de Salvador, recuou 75% em relação a 2010. A redução é atribuída à proibição, pela Justiça, da realização da brincadeira.

A Santa Casa de Misericórdia da cidade, que atende aos queimados, registrou 79 atendimentos este ano. No ano passado foram 320. A delegada de Cruz das Almas, Ívia Vidal, disse acreditar que os registros de queimados no município pode ser ainda menor porque o hospital atende também a moradores de regiões vizinhas.

Com relação à detenção de espadeiros, em cumprimento à determinação judicial, ela informou que apenas dez pessoas foram encaminhadas para a delegacia por participarem das batalhas.

Um dos municípios de maior tradição nos festejos juninos na Bahia, Cruz das Almas se destacou pela tradicional guerra das espadas. A brincadeira, porém provocava acidentes, queimaduras e danos ao patrimônio público.

Neste ano, a Justiça proibiu a brincadeira e dividiu opiniões. Parte da população defende a manutenção da brincadeira, que virou tradição, enquanto outros reclamam da impossibilidade de circular pelas ruas nas noites dos festejos juninos.

A decisão da Justiça atendeu a um pedido do Ministério Público Estadual sob a justificativa de garantir a integridade física dos moradores da cidade. A prefeitura chegou a recorrer da decisão e aprovar uma lei em regime de urgência disciplinando a brincadeira, porém sem sucesso.

Na capital

Em Salvador, também houve redução no registro de queimados no Hospital Geral do Estado (HGE), referência em queimados na capital baiana, onde foram feitos 103 atendimentos a pacientes vítimas de queimaduras e explosão de bomba entre o dia 22 e a noite deste domingo (26).

Desse total, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, 41 atendimentos foram decorrentes de queimaduras em geral. No caso de explosão de bomba, foram 62 atendimentos, com 33 destes pacientes encaminhados para o Serviço de Cirurgia de Mão do HGE, com lesões mais graves.

Segundo ainda a secretaria, na maioria dos casos atendidos no Serviço de Cirurgia de Mão resultou em algum tipo de mutilação.  “Crianças com idade até 10 anos concentraram a maioria dos atendimentos relacionados com os festejos juninos no HGE”, disse o médico André Luciano Andrade, diretor geral do hospital. Ainda segundo André Luciano, a maioria dos pacientes atendidos na unidade é de Salvador e Região Metropolitana.

No ano passado, entre os dias 22 e 26 de junho, o HGE atendeu 111 feridos, sendo 57 casos de queimaduras em geral e 54 de explosão de bomba. No Serviço de Cirurgia de Mão do HGE, foram atendidos 41 pacientes com lesões provocadas por fogos de artifício.