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Goleiro Bruno começa a ser ouvido por deputados sobre suposta tentativa de extorsão feita por juíza

Goleiro Bruno Souza chora durante depoimento na Assembleia Legislativa de MG, em Belo Horizonte - Alex de Jesus/ O Tempo/ AE
Goleiro Bruno Souza chora durante depoimento na Assembleia Legislativa de MG, em Belo Horizonte Imagem: Alex de Jesus/ O Tempo/ AE

Rayder Bragon<BR>Especial para o UOL Notícias<BR>elo Horizonte

28/06/2011 09h47

O goleiro Bruno Souza começou a ser ouvido pela Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (AL-MG), na manhã desta terça-feira (28), sobre a suposta tentativa de extorsão que teria sido feita pela juíza Maria José Starling para libertá-lo da prisão. O presidente da comissão, deputado estadual Durval Ângelo, solicitou a presença do atleta, que foi concedida pela Justiça. Ele chegou, usando o uniforme vermelho da Subsecretaria do Sistema Prisional de Minas Gerais. 

Ele chegou acompanhado do advogado e da dentista carioca Ingrid de Oliveira, 26, que se diz noiva do goleiro. Ela denunciou a magistrada e o advogado Robson Melo por suposto esquema de tentativa de extorsão no qual a dupla teria cobrado R$ 1,5 milhão para soltar Bruno, que está preso na penitenciária de segurança máxima Nelson Hungria, em Contagem (MG), acusado de envolvimento no desaparecimento de sua ex-amante Eliza Samudio. Tanto a juíza, por intermédio de seu advogado, quanto Melo negam as acusações. O advogado do jogador, Cláudio Dalledone, também será ouvido pela comissão.

Procurado pela reportagem do UOL Notícias, Dalledone se negou a dar detalhes do encontro, mas afirmou que “as pessoas vão se surpreender com o que será revelado”.

O goleiro será levado a júri popular pelo caso Eliza, juntamente com mais sete pessoas. O julgamento ainda não tem data definida.

Entenda o caso

Ingrid Oliveira foi ouvida no dia 10 de junho na Comissão de Direito Humanos da assembleia mineira. Na ocasião, a mulher acusou a juíza e o advogado de montarem um esquema no qual prometiam a liberdade de Bruno por meio de habeas corpus que seriam impetrados nas três instâncias judiciais.

A magistrada, que colheu depoimentos de testemunhas do caso no ano passado, teria indicado o advogado a ela. Segundo a denúncia, o defensor chegou a se reunir com colegas de profissão de Bruno, no Rio de Janeiro, para tratar de uma hipotética “caixinha” que seria feita para levantar o dinheiro exigido.

Em outra frente, o deputado Durval Ângelo acusa a magistrada de oferecer estada, na sua casa, a Ingrid Oliveira nos períodos em que ela foi a Minas Gerais visitar o goleiro. O parlamentar também afirma que a própria juíza teve encontros com Bruno na unidade prisional, fato negado pela Seds.

A OAB-MG (Ordem do Advogado do Brasil – Seção Minas Gerais) abriu processo disciplinar contra Robson Melo.

Juíza polêmica

A juíza causou polêmica, no final de outubro do ano passado, ao se declarar favorável à soltura do goleiro. Ao final da sessão realizada no fórum de Esmeraldas para colher depoimentos de testemunhas, ela concedeu entrevista coletiva, fato incomum na magistratura, defendendo a liberdade de Bruno.

Antes de a sessão ser iniciada, ela ainda permitiu que funcionárias do local tirassem fotos com o jogador. Ela também se reuniu em particular com o goleiro em uma sala anexa ao local da audiência, onde ficaram por 15 minutos, depois da entrevista concedida à imprensa.