Vítima de acidente de trabalho, policial de Alagoas sofre há 9 dias à espera de cirurgia
Vítima de um acidente enquanto realizava uma diligência na madrugada do último dia 24, o policial civil Cléber Cardim Pinto, 36, passou a viver um drama causado pela deficiência do serviço público de saúde em Alagoas. Internado no Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió, e alegando fortes dores, o policial espera há nove dias por uma cirurgia para corrigir as fraturas no fêmur e na bacia.
Dizendo-se “esquecido” pelo poder público na enfermaria 5 do maior hospital de emergência do Estado, o policial precisa ser operado para receber duas placas de metal e 14 pinos de sustentação na região atingida. Cléber reclama que, apesar de estar em serviço quando se acidentou, não recebeu nenhuma assistência da Secretaria de Estado da Defesa Social.
“Não tenho do que reclamar do atendimento aqui do HGE, mas eles informaram que não têm mais o que fazer, que tenho que ser operado em outro local”, disse.
O problema é que HGE não faz a cirurgia que Cléber necessita, e o único hospital particular de Maceió que realizaria esse tipo de procedimento informou ao policial que, por falta de repasse de verbas públicas, não está operando pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
Para implantar os pinos e as placas, a unidade teria cobrado R$ 19 mil. “Não temos condições financeiras de pagar a cirurgia e estamos sem apoio algum do Estado. Minha mulher está grávida de oito meses e ela passa o dia e a noite sentada numa cadeira me acompanhando. Estou aqui esquecido, jogado nessa maca e ninguém da secretaria veio sequer dar um ‘oi’”, afirmou Cléber, citando que recebeu apenas apoio de amigos.
O policial contou que, graças a amigos, uma ambulância do Corpo de Bombeiros deve transferi-lo para a cidade de Arapiraca neste domingo (3). “Espero ser operado na segunda-feira, mas não sei se teremos que pagar alguma coisa. Pelo SUS, não conseguimos, mas talvez consigamos por amizades lá.”
Delegado confirma falta de apoio estatal
A Polícia Civil informou ao UOL Notícias que o delegado Leonardo Assunção, responsável pelo 8º Distrito Policial, onde o agente é lotado, estaria responsável pela assistência a Cléber.
Procurado pela reportagem, Assunção confirmou que o policial não recebeu assistência alguma da Secretaria de Estado da Defesa Social e reforçou que toda ajuda ao policial está sendo dada pelo próprio delegado e pelos colegas.
Segundo ele, a realização da cirurgia, assim como a transferência do policial, “está sendo batalhada por amigos”. “Até agora nem um telefonema foi dado pela secretaria para saber qual o estado de saúde do colega. Toda assistência que ele vem recebendo é por meio de amizades e por esforço nosso, que trabalhamos com ele”, disse Assunção, destacando que Cléber é um “policial exemplar”.
HGE diz que paciente está recebendo assistência
A Secretaria de Estado da Saúde respondeu à reportagem por meio de nota enviada pelo HGE, que é vinculado ao órgão. Segundo a unidade hospitalar, Cléber está a oito dias recebendo a “devida assistência”. A unidade confirmou a transferência para “uma unidade hospitalar especializada, onde será submetido a procedimento cirúrgico”, sem informar, no entanto, qual seria esse hospital e quem vai custear a cirurgia.
A nota do HGE também não explica porque demorou a providenciar o procedimento cirúrgico e cita ainda que o paciente “foi submetido a exames de alta complexidade”.
O acidente
O policial se acidentou na madrugada do último dia 24, quando estava de plantão como chefe de operação do 8º Distrito Policial, no bairro Benedito Bentes. Ele foi acionado pela central de polícia para uma diligência e, no caminho, o carro foi atingido por outro veículo que desceu uma ladeira na contramão.
A colisão frontal causou as fraturas no fêmur e na bacia, além de traumatismo craniano e escoriações no colega que o acompanhava e passa bem.
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