Mulher morre em clínica de Minas Gerais, e família recebe três versões para o óbito
Uma funcionária pública de 39 anos morreu nesta quinta-feira (7) em uma clínica de cirurgia plástica de Belo Horizonte, onde foi internada para se submeter, de acordo com parentes, a procedimento de lipoaspiração e a uma abdominoplastia.
Segundo o genro da vítima, Diego Costa Ferreira, 21, a mulher havia ligado para a família por volta das 5 horas da manhã de ontem pedindo que fossem buscá-la no local, por ter ela recebido alta.
“Eu estranhei porque quando cheguei lá, por volta das 6 horas, não me deixaram entrar. Em seguida vieram duas ambulâncias do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). Ficamos desesperados”, afirmou Ferreira, que foi ao local acompanhado da namorada, uma das filhas da mulher.
O rapaz disse que tentou obter informações, mas não conseguiu e ameaçou invadir a Clínica de Cirurgia Plástica Dr. Joshemar Heringer, localizada no bairro Santo Antônio, região centro-sul da capital mineira.
“Quando o dono da clínica nos atendeu, ele não soube explicar a causa da morte. Ele disse que provavelmente ela teria sofrido uma embolia pulmonar. Depois, que foi uma parada cardíaca e, por fim, que ela sofreu um tombo no banheiro”, disse.
Segundo o rapaz, a família está revoltada e cobra explicações sobre o que teria ocorrido com a vítima. De acordo com ele, a família pretende entrar na Justiça para que a clínica seja fechada.
“O dono da clínica nos garantiu que tinha todo o equipamento necessário para que, em caso de emergência, ela fosse socorrida. Eu pergunto, por que ele teve de chamar o Samu”, afirmou.
Ferreira conta que o sonho dela era “ficar bonita” e que a mulher havia emagrecido 30 quilos para se submeter aos procedimentos estéticos.
A reportagem do UOL Notícias tentou entrar em contato com Joshemar Heringer, dono da clínica, mas ninguém atendeu às ligações. Do mesmo modo, no número apontado como sendo o do advogado da clínica, ninguém atendeu.
De acordo com Ferreira, o corpo da mulher será enterrado nesta sexta-feira (8) em um cemitério da cidade de Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte.
Sem alvará sanitário
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMSA), a clínica não tinha alvará sanitário para o funcionamento.
A assessoria do Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais informou que o órgão não foi acionado por familiares da vítima. No entanto, o setor revelou que matérias veiculadas na imprensa serão juntadas para que a presidência do órgão abra uma sindicância.
Se forem encontradas provas de negligência no decorrer da apuração, será aberto um processo contra o dono da clínica. O conselho informou ainda que não há nos arquivos da entidade histórico de queixas contra a clínica nem contra o proprietário dela. E ainda que ela atende a todas as exigências do órgão para o seu funcionamento.
O nome do médico está cadastrado na Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica como aspirante. Porém, de acordo com o órgão, o associado está apto a realizar intervenções cirúrgicas. A Polícia Civil mineira abriu inquérito nesta sexta-feira (8) para apurar o caso.
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