Acusado de matar Eliza Samudio, Bola é reconhecido por testemunha como assassino de carcereiro em MG
A primeira testemunha ouvida nesta quarta-feira (13) em processo que investiga a participação do ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, no assassinato de um carcereiro em 2000, reconheceu-o como o autor dos disparos que culminaram na morte da vítima. O crime ocorreu na cidade de Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte.
Ouvida durante a manhã no Fórum de Contagem, Renata Novelo Manso, irmã do carcereiro Rogério Martins Novelo, pediu para Bola deixar a audiência e disse não ter tido dúvida ao ser confrontada com o acusado, em uma sala reservada do fórum. Em seguida, a testemunha passou a descrever à juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, do 1º Tribunal do Júri de Contagem, como teria sido a morte do irmão.
O ex-policial é acusado ainda pela Polícia Civil mineira de ser o executor de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno Souza. A magistrada também cuidou do processo no caso Bruno.
Segundo a testemunha, o irmão foi vítima de emboscada feita pelo acusado em frente a estabelecimento comercial da família, localizado em Contagem. De acordo com o relato da mulher, o irmão estava em uma Kombi, estacionada na porta da empresa, e teria sido chamada por ela para atender ligação de uma pessoa que o procurava. Nesse momento, conforme relato dela, Santos estava em um telefone público bem perto da entrada do local e teria reconhecido Novelo, que acenou para a irmã de dentro do veículo.
De acordo com Renata, o acusado teria largado o telefone e começado a atirar, sendo que um dos três disparos atingiu Novelo. Ela afirmou ter visto “claramente” o autor dos tiros como sendo Santos, que teria fugido em uma moto após o crime.
A testemunha ainda relatou que a família passou a ser ameaçada por telefone logo após a morte de Rogério. Os telefonemas somente cessaram quando, segundo ela, familiares pararam de procurar a polícia na tentativa de elucidar o assassinato.
Defesa
O advogado do ex-policial, Fernando Costa Oliveira Magalhães, rebateu as acusações e disse que o cliente se considera inocente. “Ele alega absoluta inocência. Logo depois de ouvidas as testemunhas e juntadas as provas, ele sequer será pronunciado e será absolvido”, afirmou.
Magalhães disse que Santos nunca esteve no local do crime e que a reconstituição do caso é “absolutamente convincente da inocência dele”.
O advogado ainda citou retrato falado que fora feito à época do crime como outra prova que inocentaria Santos. “(O retrato falado) é absurdamente diferente dele (Santos)”, resumiu.
Juíza ameaçada de morte
Na parte da tarde, serão ouvidas mais testemunhas, entre elas outro irmão da vítima. Há a expectativa de o depoimento de Bola ser o último a ser colhido. Nesse momento, ele vai ficar frente a frente com a magistrada Marixa Fabiane Lopes Rodrigues.
A juíza passou a receber escolta policial depois que veio à tona suposto plano para assassiná-la e que teria sido tramado pelo ex-policial. Segundo o advogado, Santos vai se pronunciar sobre o caso.
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