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Justiça adia novamente julgamento de padres acusados de pedofilia em Arapiraca (AL)

Aliny Gama<br>Especial para o UOL Notícias<BR>Em Maceió

22/07/2011 19h47

Pela segunda vez em 14 dias, a Justiça de Alagoas adiou, no início da noite desta sexta-feira (22), o julgamento dos três padres acusados de pedofilia em Arapiraca. Edilson Duarte, 43, Luiz Marques Barbosa, 84, e Raimundo Gomes, 50, estão sendo julgados pela 1ª Vara da Infância e da Juventude de Arapiraca. Os três religiosos são acusados de abusarem sexualmente dos ex-coroinhas Anderson Farias, 22, Cícero Flávio, 23, e Fabiano Ferreira, 22, quando eles eram adolescentes.

O segundo dia de julgamento, que começou no último dia 8, acabou no início da noite sem a conclusão dos trabalhos por causa da falta de uma das testemunhas de defesa, que mandou atestado médico informando que teria que ser submetido a uma cirurgia de coluna. A sessão será retomada no próximo dia 2 de agosto, às 9h.

Na nova data, o juiz João Luiz de Azevedo Lessa deverá ouvir os depoimentos de mais três testemunhas (uma de defesa e duas requeridas). No mesmo dia, deverão ocorrer as explanações da acusação, que será feita pelo Ministério Público, e a defesa pelos advogados dos religiosos. Como o processo corre em segredo de Justiça, por envolver menores de 18 anos, os jornalistas não têm acesso aos depoimentos.

De acordo com o magistrado, o resultado poderá não sair no mesmo dia, já que a defesa ou a acusação podem pedir alguma “diligência para ser apurada”. “Depois disso terei um prazo de dez dias para analisar os autos do processo e dar o veredicto”, informou Azevedo.

Caso sejam condenados, os sacerdotes podem pegar de quatro a dez anos de prisão por aliciamento sexual de menores. A denúncia eles foi feita pelo Ministério Público Estadual.

Segundo dia

Nesta sexta, a última testemunha de acusação prestou depoimento. O caminhoneiro João Ferreira Santos, que não havia comparecido à audiência de instrução ocorrida no dia 8, foi o primeiro a depor. Hoje também prestaram depoimento 19 testemunhas de defesa, além da delegada Barbara Arraes. Ela cumpriu um mandado de busca e apreensão da casa do padre Luiz Marques no ano passado e encontrou bebidas alcoólicas no local.

Quem também prestou depoimento foi a delegada Bárbara Arraes, que presidiu o inquérito. Ela foi acusada pela defesa de coagir testemunhas a denunciarem os réus. À Justiça, ela negou a acusação.

Representantes do Vaticano acompanharam o segundo dia de trabalho. O padre Daniel do Nascimento, da diocese de Penedo, disse que todo o material já foi enviado para o Roma. Ele ressaltou que independentemente do veredicto da Justiça, o resultado do Vaticano sobre o futuro dos padres será baseado apenas no direito canônico.