Falta de cobertura e má sinalização em pontos atrapalha usuários de ônibus em SP
Pontos de ônibus mal sinalizados que chegam a passar despercebidos. Passageiros que em dias de chuva acabam se molhando sem nenhuma cobertura que os proteja do mau tempo. Sujeira. Placas, que deveriam indicar quais os ônibus que passam naquele local, desatualizadas e quase inutilizadas, tamanha a sujeira e pichação. Este é um breve retrato da situação dos pontos de ônibus na cidade de São Paulo.
Menos da metade dos pontos de ônibus em SP são cobertos
Na capital, há pontos de ônibus que se resumem a uma madeira fina fincada na posição vertical. A reportagem do UOL Notícias encontrou o auxiliar de pedreiro José Geraldo dos Santos, que esperava por um ônibus na rua Adolfo Pinheiro, em Santo Amaro, com dificuldades para achar o local de embarque. Ele contou que, como nunca havia pegado ônibus ali, precisou observar onde havia aglomeração de pessoas para deduzir onde ficava o ponto.
O município conta hoje com cerca de 19 mil pontos de ônibus espalhados pela cidade. Destes, apenas 7.000 possuem cobertura e 4.000 contam com assentos.
A SPTrans, empresa de transportes da cidade, informa em comunicado que estes itens de conforto são colocados nos pontos respeitando a “viabilidade técnica referente ao espaço disponível e necessidades prioritárias”. De acordo com a companhia, a instalação de bancos nas paradas, por exemplo, é realizada preferencialmente em regiões próximas a hospitais, escolas, asilos e postos de saúde.
A manutenção da passarela e dos elevadores deste ponto é de responsabilidade compartilhada entre a subprefeitura de Pinheiros e a administração do shopping Eldorado, que fica em frente ao local. Procurada, a assessoria de imprensa do shopping informou que realiza manutenções periódicas nas escadas rolantes e elevadores, em conjunto com a empresa Atlas. A assessoria alega que muitos dos problemas enfrentados referem-se a vandalismos e depredações do local. "Quanto à limpeza, dispomos de um colaborador fixo contratado para trabalhar especificamente na passarela. Além disso, a partir da semana que vem iremos realizar pintura interna e externa para retirada das pichações, e enceramento de todo o piso", esclarece a nota.
Placas apagadas e pichadas
Muitos pontos de São Paulo contam com placas que indicam quais os ônibus param naquele lugar. O mecanismo, que deveria servir para ajudar os passageiros, em muitos casos acaba sendo quase que inutilizado, por conta de pichações e sujeira. Os moradores relatam ainda situações de falta de atualização da sinalização. É o que conta o professor Luís Eduardo Carvalho Donda: “Às vezes o itinerário do ônibus está escrito ali, mas na verdade ele não para naquele ponto”, reclama.
A SPTrans informa que faz atualização frequente das placas que indicam os ônibus que param em cada ponto. E diz também que a cada mês cerca de 3.835 pontos de rua e 102 localizados em corredores de ônibus são atingidos por vandalismo. As ocorrências mais frequentes se referem à danificação de adesivos de orientação aos usuários, fixação irregular de cartazes, telhas furtadas e amassadas e lixeiras danificadas. A empresa estima que em média 65% dos pontos são vandalizados a cada quatro meses. As equipes de manutenção que atuam neste trabalho incluem 90 funcionários.
A SPTrans informa em nota que investe R$ 800 mil por mês em limpeza, manutenção e conserto de todos os pontos da cidade. Deste valor, R$ 450 mil são aplicados nos dez corredores de ônibus, onde são feitas lavagens mensais, remoção diária de lixo e manutenções periódicas, como recuperação de pintura e cobertura das paradas.
No bairro de Santo Amaro, na zona sul da cidade, em função de obras do metrô, uma das vias da rua foi interditada e os usuários estão em um canteiro estreito, sem bancos e sem cobertura contra chuva. Esta situação está assim desde setembro de 2009, quando as obras iniciaram, e deve seguir até 2013.
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