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Ministério da Justiça envia Força Nacional para substituir policiais em greve no Piauí

Carlos Madeiro<BR>Especial para o UOL Notícias<BR>No Recife

12/08/2011 14h57

O Ministério da Justiça atendeu ao pedido do governo do Piauí e determinou, nesta sexta-feira (12), o envio da Força Nacional de Segurança para garantir o patrulhamento ostensivo no Estado, prejudicado por conta da greve de policiais militares.

A tropa iniciou viagem na manhã desta sexta-feira com destino a Teresina e deve chegar neste sábado (13), quando os militares irão substituir os policiais do Estado que há três dias iniciaram um protesto, recusando-se a sair às ruas.

Em nota, o ministério informou que a Força Nacional ficará no Estado por tempo indeterminado, até o fim da greve dos militares. Alegando questões de segurança, o número de policiais enviados ao Piauí será mantido em sigilo. 

Ao fazer o pedido oficial, nesta quinta-feira (11), o governo do Piauí confirmou que a maioria dos policiais aderiu ao movimento e deixou de ir às ruas cumprir a função de patrulhamento.      

Nesta sexta-feira, terceiro dia de paralisação, a casa do deputado estadual Evaldo Gomes (PTC), bairro Três Andrade, em Teresina,foi invadida por dois homens armados. Segundo a Polícia Civil, os acusados renderam uma empregada, que estava só no momento da chegada dos assaltantes, entraram na residência e levaram alguns objetos de pequeno valor. O caso está sendo investigado.

O movimento

Os policiais militares do Piauí iniciaram o “Movimento Polícia Legal”, pelo qual se recusam a cumprir o serviço de rua sem as “garantias fundamentais previstas em lei”. Segundo os manifestantes, todo o patrulhamento está paralisado no Piauí por tempo indeterminado desde a quarta-feira (10).

A principal reivindicação é por aumento salarial. Marcioneide Barbosa informou que os militares têm como principal pedido a isonomia do piso salarial com a Polícia Civil. “Hoje, um policial em início de carreira ganha R$ 2.300, enquanto um soldado recebe R$ 1.400. Queremos que seja um piso único”, disse.

Por conta do protesto, os policiais militares disseram que só vão sair às ruas se o governo do Estado cumprir uma série de exigências, como coletes e fardamentos novos e adaptações dos “carros-cela” –para que eles fiquem separados dos acusados detidos durante o transporte de presos.

Em nota, o governo do Estado alegou que está elaborando uma proposta de aumento salarial para os policiais militares que contemplaria uma série de reajustes entre 2012 a 2015.

Segundo o governador Wilson Martins (PT), até dezembro o Estado deve concluir e enviar mensagem à Assembleia Legislativa, com uma proposta de reajuste “maior que 53%, a ser dado em quatro parcelas” –valor correspondente dado aos militares nos últimos quatro anos.

Para Martins, “o motivo dessa greve certamente não é questão salarial”. “Os policiais militares do Piauí não ganham o que o governador deseja, mas demos aumento de 11% para os militares este ano enquanto o aumento geral foi de 7,1%. Estamos em dia com a PM, com aumento votado em Lei a aceito pela categoria”, disse.

Sobre melhores condições de trabalho, o governo alegou que está investindo em novos equipamentos para a polícia. “Em pouco mais de um ano foram convocados mais de 700 policiais militares concursados para reforçar o efetivo da corporação e que foram compradas, nesse período, 67 viaturas, além de 2.400 coletes (registro de preço) e 350 pistolas”, diz, em nota.