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Servidores da Saúde em Porto Alegre entram em greve, e postos de saúde já acumulam filas

Lucas Azevedo

23/08/2011 12h27Atualizada em 23/08/2011 15h30

Os servidores da saúde de Porto Alegre paralisaram suas atividades na manhã desta terça-feira (23). Cerca de 3.500 funcionários municipais, estaduais e federais que atendem em postos e hospitais da capital aderiram à paralisação, segundo o sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa).A paralisação afeta todos os quadros, menos os médicos.

De manhã, muitas pessoas em busca de atendimento foram surpreendidas com a maioria dos 45 postos de saúde fechados. Filas para marcar consultas se formaram em frente aos estabelecimentos.

Os grevistas reivindicam o cumprimento da regulamentação de 30 horas semanais para a categoria. “O prefeito José Fortunati está obrigando o pessoal a fazer 40 horas. Quem ficar com as 30 horas perde o regime de tempo integral, cerca de 50 porcento do salário”, explica a diretora-geral do Simpa, Carmen Padilha.

Por outro lado, a prefeitura diz assegurar essa carga horária e afirma que o problema da greve é outro. Segundo o secretário de Saúde, Carlos Henrique Casartelli, a paralisação se deve à implantação do ponto eletrônico, “quando a cobrança de carga horária se torna algo concreto”.

O sindicato rebate: “Não somos contra o ponto eletrônico e o secretário sabe disso”, ressalta Carmen.

Em alguns locais, os grevistas trancaram as portas com cadeados. A prefeitura acionou a Guarda Municipal para assegurar o mínimo atendimento. De acordo com os grevistas, os postos não prestam serviços de emergência.

Na quinta-feira (25), o Simpa realizará uma assembléia às 14h para decidir o futuro da greve. Ate lá, as atividades continuam interrompidas, mas está assegurado o cumprimento dos 30% de servidores no atendimento a emergências e urgências em pronto-atendimentos e hospitais, conforme o sindicato.

No final da manhã desta terça-feira, a prefeitura chamou uma reunião com a pasta da Saúde para definir os rumos da negociação.

Paralisação também no Estado

Funcionários da Companhia de Processamento de Dados do Estado do Rio Grande do Sul (Procergs) também paralisaram as atividades nesta terça-feira. A empresa de tecnologia da informação está garantindo o mínimo de contingente para atender os bancos de dados das polícias.

Os servidores reivindicam aumento real de 5% nos salários e benefícios, complementação previdenciária e a vigência do acordo coletivo. Cerca de cem trabalhadores estão paralisados por tempo indeterminado.