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Na Bahia, mulher se acorrenta a poste para conseguir vaga na UTI para sobrinho

Heliana Frazão<BR>Especial para o UOL Notícias<BR>Em Salvador

16/09/2011 12h28

Inconformada com a gravidade do quadro de saúde do sobrinho, que precisava de uma vaga em uma Unidade de Terapia Intensiva, uma mulher se acorrentou a um poste diante do setor de emergência do Hospital Geral Clériston Andrade, o maior da cidade de Feira de Santana (110 km de Salvador) e escondeu a chave. O protesto desesperado aconteceu na tarde desta quinta-feira (15).

Maria Santana Oliveira da Silva, 30, se dizia inconformada com a falta de vaga na UTI, o que impedia a transferência do rapaz, identificado como Jucivan Barbosa da Silva, de 20 anos, que mora no bairro Sitio Matias, nos arredores da cidade.

Ela afirmava que o sobrinho, hospitalizado desde 8 de setembro, necessitava de tratamento intensivo. Ele havia ingerido chumbinho, veneno muito utilizado para matar ratos.

Maria Santana contou que mesmo com a gravidade da situação, o paciente foi mantido em uma sala de pequenas cirurgias. Entretanto, segundo ela, outros pacientes que teriam dado entrada nos hospital depois de Jucivan conseguiram leitos e foram transferidos para a UTI.

Maria Santana somente pôs fim ao protesto à noite, após ser informada de que o rapaz estava se recuperando bem. Ainda assim, muito nervosa, ela também necessitou de atendimento médico na mesma unidade de saúde.

“O que eles fizeram foi uma falta de respeito, falta de atenção à saúde do meu sobrinho. Todo mundo sabe que chumbinho mata”, disse. De acordo com o hospital, o rapaz já está em uma enfermaria, consciente, conversando e se alimentando normalmente

Outro lado

Em nota, o Hospital Geral Clériston Andrade informou que o jovem foi atendido, submetido aos exames de rotina para a constatação do diagnóstico, medicado, e que seu estado de saúde é estável.

Ainda na nota, a direção do hospital informa que “a respeito de pacientes que chegaram posterior [sic] ao paciente em questão, e haviam ocupado vaga na UTI, ressaltamos que o critério de acesso à UTI é feito por uma avaliação dos intensivistas do hospital, utilizando a escala de gravidade e não ordem de chegada”.

A nota diz ainda que “os pacientes que ficam aguardando acesso à UTI continuam sendo devidamente acompanhados pela equipe multiprofissional, com suporte ventilatório adequado às necessidades de cada um”.