"Mulher-Ketchup" ganha fama em Pindobaçu (BA); prefeito vê episódio como 'positivo'
O caso da mulher que simulou a própria morte usando ketchup no lugar de sangue já rendeu o apelido de “Mulher-Ketchup” para a dona de casa Eronildes Aguiar Araújo. A notícia, revelada esta semana, agitou a pequena cidade de Pindobaçu, que tem aproximadamente 20 mil habitantes e fica no centro-norte da Bahia.
Segundo investigação da polícia, um homem identificado como Carlos Roberto de Jesus aceitou receber R$ 1.000 para matar Eronildes, mas resolveu simular o crime junto com ela.
A dona de casa tem sido alvo de piadinhas, mas já é vista com bons olhos por dirigentes do pequeno município. O prefeito Hélio Palmeira (PR), por exemplo, considerou ‘positiva’ a divulgação do episódio. “Pelo menos está tornando Pindobaçu uma cidade conhecida, leva o nome do nosso município para outros Estados. Afinal de contas, não houve violência, nem morte”, afirmou.
Segundo o radialista Walterley Kuhin, que trabalha em Pindobaçu e foi o primeiro a divulgar o falso crime, há políticos interessados em chamar Eronildes para candidatar-se a uma vaga na Câmara de Vereadores nas eleições municipais do próximo ano.
“As pessoas estão empolgadas com tantos veículos de comunicação noticiando o ocorrido, levando para todo o Brasil o nome de Pindobaçu”, relata. O radialista, entretanto, não citou nomes nem partidos, dizendo que se trata apenas de uma sondagem.
Entenda o caso
O caso aconteceu no dia 24 de junho deste ano quando a aposentada Maria Nilza Simões contratou o ex-presidiário Carlos Roberto de Jesus para matar Eronildes, que teria um caso amoroso com o marido dela.
Maria Nilza pagou R$ 1.000 pelo crime, segundo a polícia. O homem, ao perceber que conhecia a vítima, desistiu do crime e combinou com ela a simulação, prometendo dividir o dinheiro.
Eronildes confessou que recebeu R$ 240 para posar como morta, amarrada, encharcada com molho de ketchup e com um facão preso a um dos braços. Dias depois, a mandante flagrou os dois, aos beijos, em uma feira da cidade. Irritada com a mentira, ela denunciou Carlos Roberto à polícia como sendo o autor de um assalto do qual ela teria sido vítima.
Ao ser detido, o homem revelou o caso à polícia. Conforme o delegado Marconi Almino, como não houve flagrante, nenhum dos três envolvidos foi preso: a mandante por ter encomendado o crime, o homem, por extorsão, e a vítima, por coparticipação no caso. Eles respondem em liberdade.
Diferentemente da “Mulher-Ketchup”, a mandante do crime está reclusa dentro de casa. Já Carlos Roberto de Jesus está desaparecido. “Ninguém sabe dele. Sumiu desde que o caso ganhou repercussão”, conta o radialista Walterley.
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