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Seis animais morrem no zoológico de Goiânia em uma semana

Rafhael Borges<br>Especial para o UOL Notícias<BR>Em Goiânia

27/09/2011 15h57

Na última semana o Zoológico de Goiânia perdeu mais seis animais, de um grupo cada vez mais reduzido. Hoje são cerca de 490 bichos, número que se aproximava dos 1.500 no início dos anos 2000. As mortes mais recentes ocorreram entre os dias 17 e 23 deste mês.

Entre as últimas vítimas estão uma ema recém-nascida, um cabeça seca, um cisne negro, um cervo dama, um mouflon (tipo de carneiro com chifre em formato de concha) e uma perdiz. A diretoria do local alega que os animais estão velhos, e que muitas destas mortes são naturais.

A ema nasceu com deformidades e morreu dois dias depois. O perdiz, que estava com fratura exposta na asa direita, mesmo com medicação não resistiu. O cervo dama foi encontrado morto, e o exame histopatológico ainda não está concluído. O mouflon sofria de timpanismo - distúrbio metabólico que ataca os ruminantes, e não resistiu.

O cabeça seca brigou com outra ave e não resistiu aos ferimentos - neste caso, a separação inadequada pode ter causado o desentendimento. A morte do cisne negro, mesmo com a necropsia, não foi conclusiva.

O diretor do zoológico, Raphael Cupertino, informou que as alterações na estrutura física do local, conforme determinação de um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) firmado com o Ministério Público de Goiás, já estão em execução.

“A previsão é de que possamos reabrir o espaço para visitação no Dia das Crianças (12 de outubro). Para isso, as obras estão aceleradas”, afirmou o diretor. Cupertino, que no ano passado respondeu a processo por improbidade administrativa, diz que tenta superar os problemas de gestão do zoológico e focar na melhoria do espaço.

Segundo ele, um problema enfrentado pelos animais é o contato entre presa e predador. “Para evitar que isso ocorra, foi criado um setor extra com um muro de separação entre espécies onde aves e répteis ficam isolados dos mamíferos”, informou.

Espaço inadequado

Mas quem defende os bichos alega que as obras intermináveis e a localização inadequada afetam a sobrevida dos moradores do zoo, localizado na zona central de Goiânia. Um novo espaço já teria sido escolhido pela prefeitura, mas as obras não foram iniciadas. Enquanto isso, reparos tentam melhorar o ambiente.

O zootecnista Anselmo Parreira destaca que é importante um espaço mais amplo e fora das agitações da cidade. “Os bichos vivem como os vizinhos dos apartamentos, presos em pequenos espaços, sem ter como se locomover como deveriam. Sem contar a poluição do ar e sonora, devido ao trânsito na região.”