Parque do Rola-Moça, em Minas Gerais, tem pior incêndio da história controlado
O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais informou que conseguiu controlar o fogo que atingia o parque estadual do Rola-Moça, na noite desta quarta-feira (28), um dia após o local completar 17 anos e registrar o pior incêndio desde a sua criação, em 1994. A reserva é considerada uma das mais importantes áreas de preservação ambiental do Estado de Minas Gerais.
De acordo com comunicado no site dos bombeiros mineiros, os trabalhos no Parque do Rola-Moça estão encerrados até o momento sem nenhum ponto de fogo. Porém, "os militares aguardam de prontidão caso haja algum ponto de reignição na madrugada de hoje".
Equipes devem voltar à área de preservação amanhã, para avaliar o local. Hoje, trabalharam no parque 106 bombeiros e 50 brigadistas. Eles deixaram o local por volta das 19h30. Foram usados um helicóptero do Instituto Estadual de Florestas (IEF), um do Corpo de Bombeiros e outras duas aeronaves.
Segundo o gerente do parque, o biólogo Marcus Vinícius de Freitas, estima-se que a destruição do parque vai ultrapassar 80% da área, número que vinha sendo divulgado pelo Corpo de Bombeiros do Estado.
“Desde a sua criação, é o maior incêndio da história do Rola-Moça”, afirmou o responsável por uma área de 4.000 hectares localizada nos municípios de Belo Horizonte, Brumadinho, Nova Lima e Ibirité.
No local existiam espécies da flora endêmicas (somente registradas no local), além de animais ameaçados de extinção como a onça parda, a jaguatirica, o lobo-guará, o gato-do-mato, o macuco e o veado campeiro, informou o IEF (Instituto Estadual de Florestas).
Em entrevista ao UOL Notícias nesta terça-feira, Freitas disse que o fogo teve origem na ação ‘direta ou indireta’ do homem. “Esses focos de incêndio que ocorreram aqui tem como causa a ação direta ou indireta do homem. Isso não foi natural. Ou foi alguém que deliberadamente ateou fogo na mata, ou alguém que tentou fazer uma queima controlada, mas não calculou que isso tomaria a dimensão que tomou.”
Apesar de o IEF estabelecer quais ações devem ser tomadas para que a área destruída seja recuperada –como o plantio de mudas de biomas da Mata Atlântica e do Cerrado–, a recomposição da vegetação poderá levar anos.
“Tem coisa que pode ser irrecuperável. Podem ter sido atingidas pelas chamas espécies que ainda nem foram catalogadas pela ciência. Temos aqui a presença de várias espécies que crescem apenas um centímetro por ano. Isso pode levar 15, 20 anos, ou mais para se recuperar. Além disso, há a raridade do Campo Ferruginoso e espécies de cactus que só ocorrem aqui”, relatou Freitas, para completar que somente após um estudo mais preciso será possível avaliar na totalidade o dano causado à flora e à fauna da reserva.
*Com reportagem de Rayder Bragon, especial para o UOL Notícias, em Belo Horizonte
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