"Não pude salvar meu filho", diz socorrista que encontrou o próprio filho morto após chamada

“Tanta gente que salvei nessa vida e não pude salvar meu próprio filho”, declarou Gilmar Lodeas, 47, motorista de ambulância da prefeitura de Flores da Cunha (150 km de Porto Alegre), que foi chamado para auxiliar no atendimento a um acidente de trânsito, na manhã da última sexta-feira (14), e, lá chegando, encontrou o filho morto.

Lodeas disse que correu para socorrer o filho, mas, ao pegá-lo no asfalto, descobriu que o rapaz já estava sem vida. “Quando vi a moto do meu sobrinho, sabia que meu filho estava junto”, disse Lodeas, socorrista há onze anos. Um automóvel Fiat Palio invadiu a pista contrária da ERS-122, na altura do km 89, e atingiu em cheio a motocicleta.

Ao chegar ao local, Lodeas foi informado de que o piloto estava ferido e que o carona não havia resistido aos ferimentos. O motorista da ambulância, então, viu a moto retorcida – e reconheceu o veículo: era o transporte de seu sobrinho, Marcelo Negri, 38, com quem o filho, Fabiano Lodeas, 22, pegava carona diariamente para ir ao trabalho.

Fabiano e Marcelo viajavam diariamente no início da manhã por este trecho da estrada a caminho do trabalho, uma oficina mecânica em Caxias do Sul (125 km de Porto Alegre). O enterro do rapaz foi no sábado, no Cemitério Público Municipal de Flores da Cunha.

O motorista do carro que bateu na moto, Roger Luis Puglia, 44, voltava de uma festa no momento do acidente. Ele não se feriu e foi preso por conduzir alcoolizado.