Após 24 horas, rebelião de presos termina com um morto e três feridos na Bahia
Terminou no final da tarde desta sexta-feira (21), com um morto, três feridos e instalações destruídas, uma rebelião de presos do Conjunto Penal do município de Serrinha (191 km de Salvador). O motim, envolvendo 125 detentos da Ala C do presídio de segurança máxima, chegou ao fim com a invasão da tropa de choque.
Logo após a entrada dos miltares e dos cães da tropa puderam ser ouvidos gritos de presos, tiros e fumaça, segundo testemunhas. O motim durou cerca de 24 horas, e os feridos foram encaminhados para o Hospital Municipal de Serrinha. O quadro de saúde deles ainda não foi informado.
Os detentos mataram, por enforcamento, um de três colegas feitos reféns. Os outros dois também tinham cordas feitas de lençóis amarradas ao pescoço, mas foram liberados ao final da rebelião. Eles estavam no primeiro andar do Pavilhão C.
O movimento foi denominado de "Comando do Belo" em referência ao nome de um dos líderes do movimento, identificado como Edvaldo Castro do Nascimento, que cumpre pena de 22 anos por latrocínio – roubo seguido de morte.
Há informações não confirmadas de que Nascimento continuaria a comandar o tráfico de drogas na região de Serrinha de dentro do presídio. Entre outros itens, os rebelados pediam transferência para outras unidades; permissão para entrada de alimentos enviados por familiares, além de direito a visitas íntimas nos próprios pavilhões do Complexo, não mais na área destinada a esses encontros, que dispõe de seis quartos.
Segundo o major César Bonfim, diretor do presídio, os detentos destruíram as câmeras e fecharam os portões do complexo com colchões. Conforme ele, além de Nascimento, outros oito internos estariam no comando do motim.
Caso a participação fique comprovada, eles podem ter a pena agravada, respondendo ainda por dano ao patrimônio, cárcere privado, tortura, além de homicídio e lesão corporal.
Em nota, a Secretaria de Administração Penitenciária informou que internos rebelados são do provimento do Conjunto Penal de Serrinha e por decisão judicial não podem ser transferidos para outros presídios. De acordo ainda com a nota, por não terem sua demanda atendida, os amotinados começaram a atear fogo nos colchões e destruir as carceragens no final da manhã desta sexta. Enquanto exigiam o atendimento da reivindicação os detentos enforcaram um dos presos que não resistiu.
O major Júlio César explicou que a invasão visou evitar mais mortes e destruição “tendo em vista a intransigência dos amotinados”. Com o fim da rebelião, os detentos foram transferidos para os outros dois pavilhões, em decorrência da destruição quase que total da ala em que se encontravam.
Em fevereiro de 2010, houve outra rebelião no complexo penal resultando também, em uma morte.
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