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Sobe para 15 o número de presos acusados de cobrar dinheiro de detentos

Fabíola Ortiz<BR>Especial para o UOL Notícias<BR>No Rio de Janeiro

09/11/2011 16h43

Subiu para 15 o número de presos na Operação Faraó, que desarticulou, na terça-feira (8), uma quadrilha que agia na Polinter de Nova Friburgo, região serrana do Rio, e atuava como “uma franquia de ilícitos”, cobrando dinheiro de presos para visitas íntimas, vantagens como saídas da carceragem e, até mesmo, evitar as transferências de presos para outras carceragens de custódia no Estado do Rio.

A Secretaria de Segurança informou nesta quarta (9), através de nota, que além da prisão de 11 envolvidos na madrugada de terça-feira, outros dois foram presos na noite de ontem: Marcelo de Nazareth e Eli Carneiro Machado. Já os policiais Argemiro Garcia Correa e Antônio Carlos Ferreira se apresentaram à Corregedoria Geral Unificada (CGU) nesta quarta-feira.

“Era um verdadeira spa, as pessoas passavam férias, lá não era uma prisão. Eles tinham visitas especiais, maior tempo de contato com familiares desde que pagando e, aqueles presos considerados amigos, tinham a possibilidade de sair da carceragem para praticar diversos atos, desde visitas em casa, atividades empresariais e até práticas de crimes”, afirmou o promotor Décio Alonso Gomes, do Gaeco.

O delegado da Polícia Civil Renato Soares Vieira comandava o esquema. Ele era chefe do Núcleo de Controle de Presos (Nucop) que coordenava recursos humanos e materiais de todas as unidades carcerárias no Estado do Rio.

O delegado já está preso e responde pelo mesmo tipo de delito na Polinter de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, e está sendo processado pela 2ª Vara Criminal de Nova Iguaçu pela formação criminosa. A sua influência também foi identificada na Polinter de Araruama há seis meses, na região dos Lagos.

Segundo a Secretaria de Segurança, dois policiais civis ainda estão foragidos: Luiz Cláudio Pereira e Antônio Carlos Ferreira. O primeiro cumpria a função de “coordenador” do esquema e prestava assessoria direta para o delegado Renato Vieira. Já Antônio Carlos era inspetor de polícia e ex-chefe da Polinter do município de Nova Friburgo. Ele era um dos gerentes do esquema.

A Polinter de Friburgo foi desativada há cerca de dois meses. O encerramento da unidade é resultado desta investigação, informou a Secretaria de Segurança.

Todos os envolvidos serão indiciados nos crimes de formação de quadrilha, usurpação de função pública, prevaricação.  Alguns dos envolvidos também serão acusados do crime de concussão (extorsão praticada por funcionário público no exercício da função).