Menos de 24 horas após fim da greve da PM, policiais civis do Ceará paralisam mais de 40 delegacias
Os policiais civis do Ceará paralisaram as atividades em pelo menos 40 delegacias em todo o Estado. A informação é da presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Carreira do Estado do Ceará (Sinpoci), Inês Romero, que afirma que as atividades estão suspensas na capital e no interior.
A greve dos policiais civis, que estão acampados na sede da Superintendência do órgão, em Fortaleza, ocorre menos de 24 horas após o fim da paralisação dos PMs, que durou seis dias e deixou um clima de tensão entre cearenses e turistas.
Entre as delegacias que suspenderam o atendimento ao público estão a de bairros considerados violentos pelas autoridades policiais como Conjunto Ceará, Pirambu e Conjunto José Walter. No interior, estão parados os distritos e cidades de Beberibe, Tianguá, Acaraú, Pindoretama, Maracanaú, Icaraí, Guaiuba, Icó, Sobral, Acaraú, Itapipoca, Cascavel e Jijoca, além das unidades de Capturas, Homicídios e Defraudações.
Em estratégia semelhante à dos militares, os civis reivindicam a redução da carga horária de oito para seis horas diárias, reajuste salarial e o pagamento de um subsídio equivalente a cerca de 60% do valor pago aos delegados de polícia do Estado.
Segundo Érico Sales, diretor de finanças do Sinpoci , o salário atual dos policiais civis é R$ 2.125, o último reajuste foi concedido em 2011, junto com todos os servidores do Estado, de forma linear e o objetivo da classe é chegar aos R$ 4.200. "Elevaram a exigência de nível superior para os cargos de inspetores e escrivães e mantiveram o soldo de nível médio", afirmou.
Para encerrar a paralisação da PM e dos bombeiros, o governo acenou com um reajuste de 56%, fixando o salário em R$ 2.634. Além disso, o Poder Executivo Estadual aprovou a redução na jornada de trabalho de 46 para 40 horas semanais e implantou um auxílio-alimentação de R$ 10 por dia, benefício antes só garantido aos policiais civis.
Exército e Força Nacional de Segurança nas ruas
Em um cenário que lembra a de países em guerra, com militares patrulhando as ruas com as armas apontadas para o lado de fora dos carros, a cidade de Fortaleza começou a retomar a sua rotina normal nesta quarta-feira (4). De acordo com a 10ª Região Militar de Fortaleza, 160 veículos de policiamento estão fazendo o patrulhamento ostensivo na capital cearense.
A Associação de Cabos e Soldados da PM informou que os militares retornarão às atividades normais nesta quinta (5). No primeiro dia após o fim da greve, alguns deles trabalharam no conserto de alguns carros que foram danificados durante a paralisação.
Na avenida Beira-mar, um dos principais pontos turísticos da cidade, os visitantes voltaram a desfilar junto aos cartões-postais. Já na Praia do Futuro, as barracas recuperavam o movimento pré-greve, enquanto que na periferia, o comércio voltou a funcionar normalmente.
Relembre a greve
Durante seis dias, os PMs cearenses estiveram em greve, o que propiciou um clima de tensão na capital e no interior. Arrastões, saques e depredação de estabelecimentos comerciais tomaram conta do Estado, assim como uma onda de boatos no centro de Fortaleza e também nas redes sociais.
O dia mais conturbado foi a segunda (2), quando homens armados circulavam em motocicletas pela periferia da capital cearense. No bairro do Montese, um bando invadiu um supermercado, trocou tiros com os seguranças e deixou uma mulher baleada.
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