Dinheiro serviu apenas para ações emergenciais após tragédia de 2011, admite prefeito de Petrópolis (RJ)
A maior parte dos R$ 7 milhões que Petrópolis recebeu do governo federal após as fortes chuvas de 12 de janeiro de 2011 foi destinada a ações emergenciais, e não à reconstrução do que foi destruído, tampouco a medidas de prevenção.
A afirmação é do prefeito da cidade, Paulo Mustrangi (PT). Ele falou com o UOL após a publicação da série de reportagens que, a partir desta quarta-feira (11), mostra como os três municípios mais afetados pela chuva de um ano atrás –além de Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo– lidaram com os estragos do passado e com a perspectiva de se evitarem novas tragédias.
No caso de Petrópolis, a área mais devastada fica no Vale do Cuiabá, localidade rural do distrito de Itaipava. Lá, são comuns cenas de encostas sem obras ou com obras insipientes, pontes destruídas e não refeitas, areia dragada de rios já assoreados e queixas de abandono por parte de moradores e comerciantes do bairro.
De acordo com Mustrangi, as investigações de órgãos como o TCU (Tribunal de Contas da União) sobre desvios de recursos públicos de Teresópolis e Nova Friburgo acabou atrasando licitações de obras necessárias em Petrópolis. “Posso garantir que a ação de primeiro momento no sentido de acolher as vítimas no aluguel social e distribuir donativos foi feita, assim como a limpeza de toda a região e instalação de postes de energia e lixeiras. Mas a questão burocrática de licitações que eram investigadas e auditorias nas cidades vizinhas suspendeu todos os processos de licitação e atrasou nossas obras de reconstrução. É fato”, afirmou.
A dragagem de rios e pontes destruídas, reconhece o prefeito, são as ações mais afetadas por esses atrasos e também as mais urgentes. Para 2012, contudo, ele cita a instalação de um sistema de alerta por sirenes –que gera controvérsias sobre a eficácia, constatou a reportagem, em bairros de Teresópolis– como primordial. “As demais ações seguem um planeamento e serão feitas em cima de estudos técnicos”, resumiu.
Indagado sobre a nota que dá à própria gestão nesses 12 meses após a tragédia, de zero a dez, Mustrangi desconversou: “Não me dou nota, mas, em termos de pronto-atendimento, digo que nossa ação foi boa. Falhas sempre há, mas também é difícil agradar todo mundo”, finalizou.
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