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Após vender mais de 1.500 atestados médicos, dentista é preso em flagrante em Goiás

Rafhael Borges

Do UOL, em Goiânia

16/01/2012 18h09

Um cirurgião-dentista de Rio Verde (200 km de Goiânia) foi preso em flagrante nesta segunda-feira (16) após ser filmado vendendo atestados médicos a empregados de empresas da cidade.

Para despistar, o dentista atendia aos clientes em bares e restaurantes. As empresas desconfiaram do alto número de atestados e acionaram a polícia, que, antes da prisão, gravou toda a ação.

De acordo com a Polícia Civil, Hikoiti Yokoyama cobrava R$ 10 por dia que constasse no atestado, e, assim, o funcionário era liberado do trabalho. Ele nega as acusações. “Essas informações não procedem. Os pacientes passavam lá, faziam orçamento ou então curavam a dor de dente. Aí sim levavam o atestado”, disse.

Até agora, mais de 1.500 documentos usados para justificarem a ausência de trabalhadores no trabalho já foram levados à delegacia. Os funcionários ainda vão ser ouvidos. A ordem dos depoimentos vai seguir a frequência com que usavam os atestados. Segundo o delegado Danilo Fabiano, uma única pessoa apresentou mais de dez documentos.

“Requisitamos ao consultório a ficha técnica dessas pessoas para saber se elas foram realmente atendidas no local. Os documentos vão ser periciados para não haver dúvidas se foram emitidos posteriormente”, afirmou o delegado.

O dentista e os pacientes podem responder pelo crime de falsidade ideológica. A pena pode ir de um a três anos de prisão. Mais de R$ 45 mil podem ter sido arrecadados com a fraude, calculou a polícia civil.

Yokoyama está preso na Casa de Prisão Provisória de Aparecida de Goiânia (região metropolitana de Goiânia). Para ser liberado deve pagar uma fiança de cerca de R$ 10 mil.

O CRO-GO (Conselho Regional de Odontologia em Goiás) vai instaurar processo administrativo, mas, por enquanto, o profissional não vai perder o registro.