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Loja chega à 30ª ação de assaltantes em cinco anos e faz protesto em Pernambuco

Imagens do circuito interno registraram 30º roubo em loja de informática em PE - Reprodução
Imagens do circuito interno registraram 30º roubo em loja de informática em PE Imagem: Reprodução

Aliny Gama

Do UOL, em Maceió

26/01/2012 15h35

Uma faixa preta e as portas semiabertas simbolizam um protesto de proprietários e funcionários da loja de informática Flash Tech, localizada em Cabo de Santo Agostinho (PE), a 37 km de Recife, nesta quinta-feira (26). Na tarde desta quarta (25), a loja registrou a 30ª ação de criminosos em cinco anos e, segundo as vítimas, a mais violenta de todas.

Foram 40 minutos de terror em que funcionários e clientes viveram sob a mira de pistolas, durante a ação dos assaltantes, que recolhiam notebooks, celulares e dinheiro. O prejuízo atingiu à casa dos R$ 20 mil –com o roubo de 17 notebooks, celulares e dinheiro do caixa.

“Nervosos, alguns funcionários começaram a passar mal e foram agredidos por um dos bandidos. Um deles era bastante violento e chegou a dar socos em um funcionário e arrastar uma outra funcionária pela blusa para que ela entrasse logo no banheiro. Os ladrões ainda retiraram um dos funcionários para que ele destravasse os armários para recolher os objetos que seriam roubados”, relatou um dos proprietários da loja, que ainda cruzou com os assaltantes na calçada da loja ao sair para o almoço e não observou que se tratavam de criminosos.

Segundo ele, há cinco anos a loja vem registrando arrombamentos, mas esta foi a primeira vez que foi vítima de assalto à mão armada e com reféns. “Esse tipo de assalto não é comum aqui na cidade, mas o que ocorre é a falta de policiamento nas ruas, aí os criminosos observaram que aqui eles podem agir sem serem surpreendidos pela polícia.”

A loja possui sistema de câmeras de segurança, que foi instalado depois de uma dezena de arrombamentos, mas os assaltantes “de cara limpa” não se intimidaram em ter suas imagens gravadas. Em uma das imagens, dá para observar o rosto de um dos assaltantes, um homem que usava boné preto, calça jeans e camisa azul listrada. Já o outro que estava de boné preto e camisa verde listrada, usou um óculos escuro para que não fosse identificado facilmente.

“Eles fizeram o roubo achando que depois poderiam destruir as imagens captadas, mas o sistema de gravação não fica aqui na loja, fica na empresa de segurança. Eles pediam que identificassem entre as vítimas o dono da loja para que a todo custo arrumasse um jeito de destruir a gravação, mas não foi possível, e as agressões ocorreram”, contou o proprietário.

As vítimas relataram que um homem chegou à loja sem demonstrar que iria assaltar o estabelecimento, pediu para ver modelos de notebooks e escolheu um dos aparelhos, quando avisou que iria ao carro buscar a carteira para fazer o pagamento. “Na volta, ele entrou acompanhado de outro homem e já foi logo anunciando o assalto mostrando a arma”, contou uma das vítimas.

Ao todo, nove pessoas foram trancadas no banheiro e tiveram as mãos amarradas com fita adesiva enquanto ficaram sob a mira de uma das pistolas dos assaltantes. Uma cliente chegou no momento da ação e também foi obrigada a entrar no banheiro. Sem entender o que se passava, a mulher não teve reação. “Foi um momento de extremo medo. Entramos em pânico, mas também tínhamos de manter a calma para não sofrermos agressões, pois os ladrões mostraram força e violência”, relatou um dos funcionários.

Funcionários e proprietários da loja foram à delegacia de Cabo de Santo Agostinho prestar queixa do ocorrido ainda na tarde da quarta. Segundo um dos proprietários, foi aberto um BO (Boletim de Ocorrência), mas ele afirmou que está desacreditado da ação eficaz da polícia diante do 30º roubo. Até agora, a polícia não prendeu nenhum suspeito de participar do assalto.

“Já gastamos com esse circuito de imagens e mesmo assim não impediu a ação desses ladrões. Agora, já que não temos segurança pública, vamos ter de contratar uma empresa particular que faz segurança armada para trabalhar com mais tranquilidade. Infelizmente temos de arcar com o prejuízo e com todo o aparato, que é caro, para ter um pouco mais de segurança”, afirmou o proprietário.