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Polícia abre inquérito para investigar acidente que deixou um morto e dois feridos no porto do Rio

Janaina Garcia

Do UOL, em São Paulo

30/01/2012 17h04Atualizada em 30/01/2012 17h26

A Polícia Civil do Rio abriu inquérito para apurar as circunstâncias e eventuais responsabilidades no acidente que matou uma pessoa e deixou outras duas feridas, nesta segunda-feira (30), por conta de uma explosão ocorrida na zona portuária da cidade.

O acidente ocorreu de manhã em um bueiro de água pluvial localizado em uma área arrendada pela empresa Triunfo Logística, subsidiária da Petrobras, no Armazém 30 do Cais do Porto. As vítimas eram funcionários da empresa que trabalhavam no momento da explosão.

A Polícia Civil não adiantou quais os procedimentos de instrução da investigação, mas hoje, após a explosão, participou de uma perícia no local juntamente com equipes da Defesa Civil, do Corpo de Bombeiros e do Inea (Instituto Estadual do Ambiente).

Segundo a Companhia Docas do Rio, que administra o porto, o objetivo é verificar se houve algum tipo de vazamento de óleo ou de gás no local –tanto a Docas quanto a CEG (companhia estadual de abastecimento de gás) informaram que, preliminarmente, se apurava a possibilidade de os funcionários da Triunfo terem manuseado equipamento de solda próximo a material inflamável.

As vítimas

O funcionário que morreu foi identificado pela Docas, em nota, como Rafael Martins de Souza, 35 anos. Os feridos foram Paulo Bento Pereira, 52, e Carlos Ribeiro, também de 52, ambos encaminhados ao hospital municipal Souza Aguiar, centro do Rio.

Eles tiveram ferimentos graves e médios nos braços, e, um deles, também queimaduras no rosto. Segundo a secretaria municipal de Saúde, Ribeiro foi liberado hoje à tarde, após uma sutura, e Pereira foi transferido para um hospital particular não informado pela pasta.

Histórico de explosão de outros bueiros

Embora as causas do acidente de hoje ainda não tenham sido esclarecidas, o Rio tem sofrido com uma série de explosões de bueiros, em vias públicas, desde o ano passado.

A rede subterrânea do Rio pode ter até 4.000 bueiros com risco de explosão, de acordo com o levantamento feito pelo Ministério Público em julho do ano passado, após o registro de uma série de explosões na capital fluminense. Desses, cerca de 1.770 precisam de reparos em caráter emergencial.

A principal situação de risco ocorre quando há vazamento de gás para as galerias que contêm transformadores da Light, concessionária responsável pelo fornecimento de energia. A Companhia Estadual de Gás (CEG) está sendo investigada pelo Ministério Público a respeito das explosões. De acordo com o MP, a estrutura subterrânea da CEG está obsoleta.

A Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públicos faz, desde agosto de 2011, vistorias em bueiros da cidade. Segundo reportagem publicada no último dia 18, foram realizadas 37.689 vistorias e encontrados 286 bueiros com alto risco de explosão. Em todos os casos, o protocolo de emergência foi acionado, com a comunicação imediata ao Centro de Operações Rio e às concessionárias Light e CEG. Os bueiros foram isolados e sinalizados para reparo imediato pelas concessionárias.