Greve de policiais gera tumulto e manifestações na Bahia
A greve deflagrada no final da tarde da terça-feira (31) por policiais militares da Bahia ligados à Associação dos Policiais, Bombeiros e de seus Familiares do Estado (Aspra) divide a corporação no Estado. Nesta manhã, houve um princípio de tumulto na entrada do Centro Administrativo da Bahia (CAB) quando um grupo de grevistas tentava convencer colegas que estão trabalhando a aderirem ao movimento.
Carros pertencentes à cavalaria da PM foram abordados pelos grevistas e, após discussões, os manifestantes conseguiram levar um dos veículos, que teve os pneus furados. O tumulto gerou um longo congestionamento no local. O mesmo aconteceu na noite de ontem, quando outro carro que participava do policiamento nas ruas também teve os pneus furados.
Boa parte dos grevistas, estimados pelo sindicato como 500 pessoas, está acampada no prédio da Assembléia Legislativa. “Nós só sairemos de lá quando o governo voltar a sentar à mesa de negociação. O movimento está forte”, disse o soldado Marcos Prisco, presidente da Aspra, uma das quatro entidades que representam os policiais militares baianos.
Os manifestantes buscaram apoio do presidente da Casa, deputado Marcelo Nilo (PDT), mas ele considerou o movimento “perigoso para a população” e disse que nada poderia fazer em razão da ausência do governador Jaques Wagner (PT), que se encontra em viagem a Cuba, acompanhando a presidente Dilma Rousseff.
O governador em exercício, Otto Alencar, já disse que não tratará do assunto, e que as negociações estão sendo conduzidas diretamente pelo secretário Segurança Pública, Maurício Barbosa e pelo comandante-geral da PM, Alfredo Castro.
No início da manhã, Castro afirmou que o trabalho de segurança nas ruas é normal. Ele atribuiu o movimento a insatisfações pessoais e definiu a paralisação como “terrorismo”.
Para justificar a greve –iniciada duas semanas antes do início do Carnaval e às vésperas de uma das principais festas do verão de Salvador, o Dia de Iemanjá, comemorado em 2 de fevereiro–, a Aspra reivindica o pagamento da GAPV (gratificação por atividade policial), a regulamentação do pagamento de auxílio acidente e adicionais de periculosidade e insalubridade, entre outros itens.
Castro reconhece a existência de defasagens salariais, mas alega que o governo vem paulatinamente recuperando as perdas. “Tanto a população baiana quanto os turistas poderão participar tranquilamente dos festejos a Iemanjá –eu também estarei lá. O planejamento da segurança da festa, bem como do Carnaval, está pronto e será cumprido rigorosamente”, afirmou o comandante.
Segundo ele, a bonificação paga aos policiais no Carnaval já está garantida. “Somos o único Estado que paga gratificação durante o carnaval”, finalizou.
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