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Marinha instaura inquérito para apurar vazamento na bacia de Santos

Renata Giraldi

Da Agência Brasil, em Brasília

01/02/2012 08h47

A Marinha informou que a Capitania dos Portos do Rio de Janeiro instaurou inquérito administrativo para apurar o vazamento de óleo na região da bacia de Santos. A conclusão do inquérito deve ser divulgada em até 90 dias. De acordo com a Marinha, foi enviada ao local a fragata Niterói, com um helicóptero a bordo, para verificar as ações executadas na área.

A ideia, segundo a Marinha, é observar a extensão da mancha de óleo, fazendo registros em filmadora e máquina fotográfica. Um grupo de acompanhamento monitora as operações na região e avalia as ações da Petrobras.

De acordo com a Marinha, a Petrobras informou sobre o incidente na coluna de produção do navio-plataforma FPWSO Dynamic Producer, localizado na bacia de Santos a cerca de 300 quilômetros da costa do estado de São Paulo, ontem (31) pela manhã.

Além disso, técnicos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) farão hoje (1º) um sobrevoo na região da bacia Santos para verificar a dimensão do vazamento de petróleo cru na área. Especialistas do Ibama foram enviados para acompanhar as operações de urgência feitas pela Petrobras em Macaé.

Dados preliminares indicam que houve uma ruptura do equipamento chamado riser, que conecta a plataforma ao poço no fundo do mar, liberando 33 metros cúbicos de petróleo cru no mar. Essa é a primeira análise feita pelos peritos.

Um plano de emergência, executado pela Petrobras, foi acionado para conter o vazamento por meio de duas embarcações de atendimento. De acordo com o Ibama, as atividades no local estão suspensas, e a empresa só poderá retomar o trabalho, depois de autorização do instituto. Segundo a Petrobras, o poço foi fechado automaticamente após o rompimento, com estimativa de vazamento de 160 barris. A empresa estima que o óleo derramado não alcançará a costa.

Outros vazamentos

Em novembro do ano passado, um vazamento da empresa Chevron derramou cerca de 2.400 barris de óleo na bacia de Campos, no litoral fluminense. O vazamento, ocorrido enquanto a empresa perfurava um novo poço no mesmo bloco onde já produzia petróleo no campo de Frade, levou dias para ser contido. O Ibama multou a companhia em R$ 60 milhões.

A Polícia Federal indiciou 17 pessoas e as empresas Chevron e Transocean pelo vazamento. Os indiciados responderão por crime ambiental. Segundo o inquérito, a empresa sabia do excesso de pressão no local e, mesmo assim, decidiu pela perfuração. O delegado Fábio Scliar diz que as empresas, por ganância e conduta leviana de seus executivos e funcionários, recorreram a perfurações temerárias, assumindo o risco do acidente.

No último dia 26, um vazamento da empresa Transpetro atingiu a praia de Tramandaí, no litoral norte do Rio Grande do Sul. A companhia estima que o volume de óleo derramado foi de 1.200 litros.