Eliana Tranchesi, herdeira da Daslu, morre em São Paulo; corpo é enterrado no Morumbi
A empresária Eliana Tranchesi, ex-dona da butique de luxo Daslu, morreu no início da madrugada desta sexta-feira (24), aos 56 anos, no hospital Albert Einstein, em São Paulo. Após ser velado durante o dia, seu corpo foi enterrado no cemitério do Morumbi por volta das 16h.
Tranchesi passava por tratamento contra um câncer no pulmão desde 2006. Segundo boletim médico, a morte ocorreu às 0h20 "em decorrência de um câncer pulmonar complicado por pneumonia". Em um post publicado no blog de sua filha, Luciana Tranchesi, no dia 13 de janeiro desse ano, a empresária agradece o apoio recebido e confirma que, dias antes, tinha sido diagnosticada uma pneumonia em seu pulmão direito.
Eliana herdou a Daslu da mãe, Lucia Piva –o nome da loja vem da junção dos nomes das primeiras sócias da loja, Lucia Piva e Lourdes Aranha, ambas apelidadas de Lu.
O complexo de luxo passava por dificuldades financeiras e, em 2005, foi alvo da operação Narciso, realizada pela Receita Federal, Ministério Público e Polícia Federal. Na ocasião, Tranchesi chegou a ser presa. Em 2011, credores aprovaram o plano de recuperação judicial da Daslu, que previa a venda da marca e de uma das duas unidades da loja. O grupo Laep Investments assumiu o negócio.
Condenação e prisão
Em 2009, Tranchesi foi presa novamente após ser condenada a 94 anos e seis meses de prisão por crimes como formação de quadrilha, descaminho (importação fraudulenta de produto lícito) e falsidade ideológica. Porém, o Superior Tribunal de Justiça concedeu habeas corpus à empresária no dia seguinte. A defesa alegou a gravidade do estado de saúde de Tranchesi, que já passava por sessões de quimioterapia para combater o câncer.
Ex-dona da Daslu, Eliana Tranchesi, morre em São Paulo
Além da empresária, o ministro do STJ Og Fernandes concedeu liminar ao irmão dela, Antonio Carlos Piva de Albuquerque, diretor financeiro da Daslu, e a outros cinco condenados.
A sentença que condenou Eliana Tranchesi foi da juíza Maria Isabel do Prado, da 2ª Vara da Justiça Federal em Guarulhos (Grande SP), que entendeu que a butique Daslu e importadores ligados à empresa faziam parte de uma "organização criminosa". O Ministério Público Federal denunciou os acusados por subfaturamento de produtos importados que eram vendidos na loja, com o objetivo de pagar menos impostos.
Segundo a denúncia, Tranchesi negociava preços de mercadorias no exterior. As importadoras tratavam de subfaturar os valores, e faziam com que a mercadoria entrasse no país por meio de notas falsas e pagando menos impostos. "Verifica-se que o valor de uma calça da 'Marc Jacobs' é de 150 dólares, todavia, o valor declarado para importação foi de apenas 20 dólares. A mesma principiologia foi utilizada com as mercadorias de origem europeia", diz a sentença.
Em carta enviada à imprensa na época, Tranchesi afirmou que sua vida foi "revirada", alegou que não era um "perigo para a sociedade", e disse que, por isso, sua prisão não estava justificada.
Tranchesi foi casada como o médico Bernardino Tranchesi e deixa três filhos: Bernardino, Luciana e Marcela.
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