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Maionese caseira é suspeita de intoxicar mais de 200 pessoas no interior de Minas Gerais

Rayder Bragon

Do UOL, em Belo Horizonte

07/03/2012 12h19

Maionese caseira supostamente utilizada por um trailer de sanduíches localizado em Visconde do Rio Branco (280 km de Belo Horizonte) teria causado intoxicação alimentar em mais de 200 pessoas que teriam frequentado o local no último fim de semana e consumido o produto.

De acordo com a assessoria de imprensa da prefeitura local, das 225 pessoas que procuraram unidades hospitalares do município queixando-se de febre, dores abdominais, vômito e diarreia, 39 ainda estão internadas. A venda de maionese caseira é proibida desde 2003 em Minas Gerais, conforme lei estadual.  

“Até segunda-feira tínhamos 39 pessoas internadas. Mas ainda não fizemos a atualização desse número hoje”, disse Camila Jorge Pinto, coordenadora da Vigilância Epidemiológica da cidade.

Questionada sobre o grande número de pessoas que teria afluído apenas a um único trailer da cidade e passado mal, a coordenadora atribuiu o volume de intoxicados à tradição do local.    

“Esse trailer é antigo na cidade. Tem mais de 20 anos. Por isso muitas pessoas vão lá para lanchar. Até então, nunca tínhamos tido problema com ele”, disse. Amostras do produto e de fezes dos pacientes internados foram encaminhadas à Fundação Ezequiel Dias, em Belo Horizonte. O resultado das análises deverá ficar pronto em 30 dias.

Trailer continua funcionando

De acordo com Juliana da Fonseca Vieira, coordenadora da Vigilância Sanitária Municipal, apesar de o proprietário do trailer ter supostamente admitido o uso de um produto proibido, o estabelecimento não foi interditado e funciona normalmente.

“A gente tem que esperar o resultado da análise da maionese. Se for comprovado que ela provocou a intoxicação, as medidas contra o estabelecimento serão tomadas em conjunto com o Estado, que deverá entrar com um processo administrativo contra o dono do local, que poderá ser multado”, disse a coordenadora, não sabendo informar de qual valor.

Segundo ela, o local somente será interditado se o proprietário for flagrado fazendo uso novamente da maionese caseira. Conforme Juliana Vieira, os donos de estabelecimentos que comercializam sanduíches na cidade estão sendo novamente alertados para a proibição do produto.

“Se for encontrada a maionese caseira nesses locais, e o dono insistir na comercialização, a gente vai interditar”, disse. De acordo com Juliana, os próprios consumidores incentivam a venda da maionese caseira. Apesar da fiscalização, a coordenadora admitiu o uso do produto em larga escala nos pontos de venda de sanduíche da cidade.

“A fiscalização é contínua, mas os próprios clientes exigem que os donos desses locais tenham a maionese caseira. Se um não tem o produto, as pessoas procuram outro lugar”, disse, afirmando que desde 1º de junho de 2004 é vedado o uso do produto na localidade e todos os comerciantes têm ciência da proibição.