Polícia mineira afirma ter prendido um dos 10 maiores assaltantes de banco do país

A Polícia Civil apresentou nesta sexta-feira (30), em Belo Horizonte (MG), Rubens Ramalho de Araújo, 48, acusado de ser um dos 10 maiores assaltantes de banco do país. Conhecido como “Rubão”, o suspeito foi preso na cidade de Palmas (TO), na última quarta-feira (28) por uma equipe de policiais civis mineiros.

De acordo com a corporação, há 19 mandados de prisão contra o homem, que era  procurado em 10 Estados do Brasil e teria participado do assalto ao Banco Central, em Fortaleza, no ano de 2005. Pela ação, Rubão embolsou R$ 5 milhões na partilha do roubo, segundo a polícia.

As investigações apontaram que a quadrilha comandada pelo suspeito é especializada em assaltos a bancos e carros-fortes e atua principalmente em cidades do Nordeste. As ações do grupo se caracterizam pela extrema violência e pelo uso de armamento pesado.

Ainda de acordo com a polícia, ele também é acusado de um roubo no shopping Iguatemi, em São Paulo, onde ele teria levado R$ 500 mil de um carro-forte. Porém, a polícia não soube precisar a data do ocorrido.

O suspeito foi transferido para Minas Gerais, onde há três mandados de prisão contra ele, em um avião da Polícia Civil mineira. Ele é acusado de assaltos nas cidades mineiras de Itabira, Ipatinga e Mesquita. O homem foi apresentado à imprensa no Deoesp (Departamento de Operações Especiais de Minas Gerais), localizado na capital mineira.

Investigação

As investigações sobre a quadrilha tiveram início há dois anos, a partir de informações repassadas pela Delegacia Regional de Uberaba –no Triângulo Mineiro– onde, segundo a polícia, o grupo teria planejado um grande assalto, que não se concretizou.

“Há duas semanas, nós tivemos a informação que ele estava se dirigindo para o Estado do Tocantins, onde iria se encontrar com a mulher. Uma equipe nossa conseguiu prendê-lo lá”, disse o delegado Márcio Nabak, que complementou afirmando não ter havido resistência do suspeito no momento da prisão. “Ele estava sozinho, dentro de um carro e desarmado. Nós tivemos informações de que ele já estava articulando um grande assalto na região”, explicou. O policial afirmou ter apreendido documentos de identificação falsos com o suspeito.

Rubão negou as acusações. “Eu sou um laranja. Tudo isso é história. Eu sou um pobre coitado. Eu ralo para ganhar o meu dinheiro”, resumiu Rubão, não apontando, no entanto, a mando de quem teria assumido o papel de laranja. Ele foi transferido para a penitenciária de segurança máxima Nelson Hungria, em Contagem, cidade da região metropolitana de Belo Horizonte. O delegado não soube informar se há a possibilidade de ele ser transferido para um presídio federal.

Novo cangaço

O “modus operandi” do grupo, que segundo a polícia é formado por 15 pessoas, é denominado pela polícia de “novo cangaço”, aludindo ao fato de que a quadrilha praticamente sitiava pequenas cidades do interior dos Estados onde agia para assaltar agência bancárias. A analogia feita pela polícia remonta ao período e ao modo de agir do cangaceiro Lampião.

“As cidades, geralmente pequenas, são sitiadas e o destacamento da polícia local é invadido. Em seguida, eles invadem os bancos, com extrema violência, fazem as pessoas que estavam nos bancos de reféns, pegam todo o dinheiro que podem e fogem em seguida”, explicou o delegado.

Nabak afirmou que a logística do grupo é extremamente articulada. Ele disse que há informação de armamento, para a prática dos assaltos, escondido em regiões onde o grupo atua, facilitando o deslocamento e evitando assim o surgimento de suspeitas. Ainda de acordo com o policial, a maioria dos integrantes do grupo já foi identificada e as investigações vão se direcionar na captura do restante da quadrilha.