Bebê de nove meses sofre queimadura química em UTI de hospital em Campinas (SP)
“Era só uma desidratação por causa de uma virose. O meu neto tomaria soro porque estava sem proteína e cálcio e pronto, já voltaria para casa.” Foi assim que Tânia Marlene Giopato, de 55 anos, iniciou a conversa com a reportagem do UOL na manhã desta quarta-feira (18). Ela é avó de Pedro Henrique Silva Fonseca, um bebê de nove meses que sofreu uma queimadura química no braço esquerdo na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do setor de Pediatria do Hospital Celso Pierro, da PUC de Campinas (95 km de São Paulo).
Segundo Tânia, a médica que cuida do bebê disse que a veia não resistiu à medicação e o líquido vazou, provocando a queimadura, que resultou em uma necrose. A substância da medicação, segundo a médica, é inofensiva na forma intravenosa, mas pode provocar danos em contato com a pele. Pedro já passou por um enxerto em parte do antebraço esquerdo e perdeu a ponta do polegar. “Foi horrível, deu para ver o osso do bracinho. Na primeira limpeza, a ponta do polegar caiu”, disse a avó.
O menino é portador de síndrome de Down e se alimenta por sonda. No último dia 29, acordou desidratado por causa de uma diarréia, e a avó foi orientada pela pediatra da criança a levá-la ao Celso Pierro, onde ela atende e leciona.
Segundo a avó, a situação já foi complicada desde o início. Assim que ela chegou ao hospital, o bebê deveria ter sido atendido imediatamente para receber soro. Mas não foi o que aconteceu, a criança demorou para ser internada. Para ela, a demora no atendimento teria resultado em uma parada respiratória e ele acabou indo parar na UTI, onde foi sedado e entubado.
“Depois disso, eles passaram a dar mais atenção, antes só queriam que eu preenchesse papéis e mais papéis. Dois dias depois, quando pensei que o pior havia passado, descubri a lesão no bracinho por conta da medicação”, disse a avó.
A criança continua internada. Nesta terça-feira (17) passou pela segunda cirurgia para reconstituição da pele. “Tiraram pele da virilha dele para fazer o enxerto e, depois de cinco horas de cirurgia, a equipe de ortopedia me disse que agora não tem mais o que fazer.” O caso foi registrado no 7º Distrito Policial, em Barão Geraldo, como lesão corporal culposa - sem intenção – e vai ser investigado pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM).
Outro lado
Em nota oficial, o hospital informou que uma sindicância interna vai apurar as causas do problema. Segundo a nota, a criança deu entrada no pronto-atendimento de convênios privados às 13h15 e teve sua internação realizada às 14h40, com queixa de virose.
Ainda conforme a nota, “foi constatada parada respiratória devido a desidratação. O paciente foi reanimado e conduzido à UTI Pediátrica para atendimento adequado e aplicação de medicação. Lamentavelmente, a veia da criança foi rompida e a medicação causou queimadura química e lesão na mão esquerda do paciente”.
De acordo com o hospital, o quadro do bebê é estável e ele não corre risco de morte. A nota também garantiu que a instituição está prestando toda assistência necessária à família.
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