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Menino que ingeriu ácido em hospital de Belo Horizonte se recupera bem

Rayder Bragon

Do UOL, em Belo Horizonte

18/04/2012 12h55

A auxiliar veterinária Érica Aparecida de Castro Novais, 31, mãe do garoto Allan Breno Castro, 2, que ingeriu ácido no lugar de um sedativo em hospital de Belo Horizonte, afirmou que está se sentindo aliviada com a recuperação do filho, mas disse ter passado por momento “desesperador”.

O erro com a troca dos medicamentos ocorreu no Hospital São Camilo, no dia 8 deste mês, e foi feito por uma técnica de enfermagem, que foi afastada de suas funções. O menino teve alta da UTI pediátrica do hospital Felício Rocho, para onde foi transferido, na tarde desta segunda-feira (16).

“Graças a Deus a recuperação dele foi rápida. Deus esteve presente em todos os momentos. Foi muito desesperador. Foi uma dor que eu não desejo para ninguém”, afirmou.

Ela aguarda a recuperação do filho juntamente com ele em quarto de ala pediátrica da unidade hospitalar.  A mulher afirmou que ela e o marido ainda não definiram se vão processar o hospital.

“No momento, nós estamos pensando na recuperação da criança. Depois nós vamos ver”, declarou.De maneira semelhante a Israel, a auxiliar demonstrou ter perdoado a profissional que ministrou o ácido ao filho.

“Deus tenha piedade dela, que ela também deve estar sofrendo. Com certeza (a perdoo), por isso meu filho está se recuperando cada vez mais rápido”, disse.

De acordo com o último boletim médico divulgado, uma endoscopia digestiva será realizada no garoto dentro de 10 ou 14 dias para verificar a cicatrização da região que sofreu as queimaduras. Uma sonda permite a ele receber alimentação líquida.

“Dependendo do resultado e da capacidade de recuperação do esôfago, a sonda será retirada e Alan voltará a se alimentar via oral. Ele deverá receber alta hospitalar dentro de uma semana”, trouxe o boletim.

Depoimentos

A Polícia Civil abriu inquérito para investigar o caso e ouviu ontem a técnica de enfermagem e a médica que atenderam à criança.

De acordo com a delegada Maria Helena Melo, a técnica, que trabalha no hospital há 14 anos, afirmou ter sido induzida ao erro por uma supervisora responsável pela farmácia do Hospital São Camilo.

Segundo ele, após receber a receita da médica, dirigiu-se à farmácia, mas teria sido informada que o remédio já se encontrava no local onde a criança estava.

Ainda conforme a delegada, quando retornou ao local, a técnica não encontrou o medicamento, mas intuiu que a medicação no local se tratava de um remédio genérico e o ministrou ao garoto.

Por seu turno, a médica disse ter prestado os primeiros socorros ao garoto, instruída pelo setor de Toxicologia do Hospital de Pronto-Socorro João 23, disse a delegada.

Em nota, o Coren-MG (Conselho Regional de Enfermagem de Minas Gerais) lamentou os dois casos e afirmou que processos administrativos foram abertos para investigar os casos.

“Havendo indícios de que houve erros e falhas, é aberto processo ético para elucidação do caso, atendendo ao princípio constitucional da ampla defesa e do contraditório. Ao final do processo, se ficar constatado que houve erro, a punição será feita de acordo com a gravidade do caso”, informou nota do conselho.