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PM do Rio analisa caso de policial que lançou spray de pimenta em cadela na Rocinha

Policial usa spray de pimenta contra cachorro na favela da Rocinha, no Rio - Domingos Peixoto/Agência O Globo
Policial usa spray de pimenta contra cachorro na favela da Rocinha, no Rio Imagem: Domingos Peixoto/Agência O Globo

Do UOL, no Rio

07/05/2012 12h58

A Polícia Militar do Rio de Janeiro informou, nesta segunda-feira (7), que a Corregedoria da corporação vai analisar o caso do policial militar que atua na ocupação da Rocinha, na zona sul da cidade, que foi fotografado pelo jornal "O Globo" no momento em que borrifara spray de pimenta nos olhos de uma cadela que latia para a tropa.

O flagrante ocorreu no domingo (6) depois de um confronto entre policiais e traficantes que tentam retomar o controle da favela. Em nota, a Polícia Militar afirmou que o coordenador do policiamento da Rocinha, major Édson Santos, está preparando um relatório sobre o episódio.

O documento inclui a defesa apresentada pelo policial militar que usou o spray, cuja identidade não foi divulgada pela assessoria da corporação. Na versão dele, no momento em que lançara o spray, o cachorro “simbolizava uma ameaça à integridade física dos policiais”.

O porta-voz da PM, coronel Frederico Caldas, afirmou que a cadela estava agressiva porque perdeu os filhotes há pouco tempo.

O dono do animal, um morador identificado como José Luiz Francisco, também foi chamado para depor. Segundo informações da PM, a cadela passa bem, e não houve consequências mais graves em função da atitude do policial militar.

Tensão e confrontos

Após seis meses da operação que simbolizou a ocupação da Rocinha, sem nenhum tiro disparado, a maior favela da zona sul do Rio vive novamente uma fase de insegurança e tensão em razão dos vários confrontos recentes envolvendo policiais e grupos de traficantes que batalham para retomar as bocas de fumo da comunidade.

O último tiroteio intenso ocorreu na madrugada deste domingo (6), o que levou a Polícia Militar a reforçar a segurança nos principais acessos da Rocinha.

Um homem ainda não identificado acabou sendo baleado -- não foram divulgadas informações sobre o quadro clínico do suspeito.

A disputa explícita entre quadrilhas de traficantes interessados em uma retomada do crime organizado na região resultou em uma onda de homicídios e outros tipos de delitos que transformaram a Rocinha em um ponto crítico da política de segurança do Estado.

Entre os meses de fevereiro e abril, a Polícia Civil registrou mais de dez assassinatos, entre os quais a do líder comunitário Vanderlan Barros, o Feijão.

De acordo com a Secretaria Estadual de Segurança Pública, ainda não há uma definição sobre a data em que a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha será efetivamente inaugurada. Atualmente, cerca de 700 agentes atuam no patrulhamento da comunidade.