MP e polícia do Amapá investigam esquema de corrupção e fazem apreensões na Assembleia Legislativa
Alcinéa Cavalcante
Do UOL, em Macapá
22/05/2012 12h41
O Ministério Público Estadual e a Polícia Civil deflagraram na manhã desta terça-feira (22) uma operação em Macapá para desmontar um suposto esquema de corrupção envolvendo a Assembleia Legislativa do Estado e empresas que prestam serviço ao Poder Legislativo.
Mandados de busca e apreensão foram cumpridos em empresas, residências e no prédio da Assembleia durante a operação intitulada Eclésia. Nenhum mandado de prisão foi expedido.
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Entre os locais visitados pela polícia estão a MCB Assessoria, a agência de viagens Tapajós, a Cooperativa de Transportes, além das residências dos deputados Moisés Souza (presidente da Assembleia) e Edinho Duarte e de funcionários e gerentes das empresas.
O Ministério Público Estadual investiga nepotismo, indícios de fraudes, desvio de verbas, favorecimento de empresas ligadas aos parlamentares e saques de altas quantias na boca do caixa em instituições bancárias.
Uma das investigações está relacionada à locação de um prédio de propriedade do deputado Eider Pena, onde funcionam vários setores da Assembleia. O MP suspeita que houve irregularidade na locação. Há também indícios de irregularidade na locação de veículos. Só em 2011 a Assembleia pagou mais de R$ 3 milhões para a Cootran, uma cooperativa de transporte. De acordo com uma fonte do MP, o dinheiro repassado para essa cooperativa era recebido na boca do caixa por um servidor da Casa Legislativa, que seria testa de ferro de um deputado.
O presidente da Assembleia disse ao UOL que a operação “é uma represália” do Ministério Público e do governo estadual por conta das CPIs (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Saúde e da Amprev, que estão em andamento na Casa. “É a polícia política do governador agindo”, disse Moisés Souza.
O Ministério Público ainda não se manifestou oficialmente sobre a operação e deve conceder uma entrevista coletiva no final da tarde de hoje. A Assembleia informou que só se manifestará sobre a operação quando tiver acesso aos autos.