Topo

Deputado distrital defensor do fim de salários extras no DF é retaliado por colegas

Camila Campanerut

Do UOL, em Brasília

28/02/2012 21h40

Procurador de Justiça, professor de Direito Penal e deputado distrital em terceiro mandato, o petista Chico Leite avaliou na noite desta terça-feira (28) que a vitória de sua bandeira pela moralidade na Câmara Legislativa do Distrito Federal teve um preço: uma retaliação e uma diminuição de seus próprios vencimentos mensais.
 
O deputado se refere à votação do projeto de resolução nº 46/2012, da Mesa Diretora, que proíbe os parlamentares de optar por receber os salários por outro órgão de origem, que não seja a própria Câmara. Na prática, Leite é o único que se enquadra no projeto dentro dos 24 deputados que compõe a Casa. Desde que foi eleito em 2002, ele opta por receber como procurador de Justiça em vez do salário de deputado.
 
“Eu, que recebia como procurador de Justiça e não como deputado, vou ter uma redução de R$ 5.000 [no salário]. Para mim, deputado não é profissão, é representação. Eu defendo que todos os cargos ganhem como declaram no imposto de renda”, afirmou ao UOL o deputado.
 
Na avaliação do deputado, o projeto foi uma retaliação por ele ter voltado a pressionar que se fossem retomadas as discussões sobre o fim de dois salários extras para cada parlamentar por ano, também aprovado nesta noite.  
 
“Eu poderia questionar a resolução na Justiça, mas não vou. Se é necessário para a moralização da Câmara mais um sacrifício meu, eu me sacrifico”, argumentou o deputado. Para Leite, as duas votações clarificam para opinião pública quem utiliza e quem não utiliza o voto para ascensão financeira.