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PF prende três prefeitos por desvio de recursos públicos no interior da Paraíba

Do UOL, em João Pessoa

28/06/2012 10h16

Três prefeitos de municípios do interior da Paraíba e outros sete servidores públicos foram presos na manhã desta quinta-feira (28), durante a operação Pão & Circo da Polícia Federal. A operação foi deflagrada com o objetivo de desarticular uma quadrilha que desviava recursos públicos em 13 cidades do Estado.

Foram presos os prefeitos Renato Mendes Leite (DEM), de Sapé; João Clemente Neto (DEM), de Alhandra; e Francisco de Assis de Melo (PMDB), de Solânea. Essa última cidade realiza uma das festas de São João mais tradicionais da Paraíba, com atrações nacionais.

O prejuízo estimado com as operações fraudulentas é superior a R$ 65 milhões. Dentre as irregularidades estão o desvio de recursos públicos federais, estaduais e municipais para custear eventos, shows pirotécnicos e montagem de estruturas em festas como emancipações políticas, São João, São Pedro, Carnaval e Réveillon.

Ao todo foram expedidos 93 mandados judiciais, sendo 65 de busca e apreensão, 28 de prisão temporária e mais cinco de condução coercitiva. Também há ordens de sequestro de bens móveis e imóveis, expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5) e pelo Tribunal de Justiça da Paraíba (TJ-PB).

Em nota, a PF informou que os investigados fraudavam licitações e processos de inexigibilidade de licitação através da utilização de empresas fantasmas e documentos falsos. O esquema contava com a participação de servidores públicos, e, em alguns casos, dos próprios prefeitos.

Lavagem de dinheiro

Foram realizadas duas investigações paralelas e simultâneas, conforme informou a PF. Uma delas pelo Ministério Público Estadual, para apurar o desvio de recursos públicos municipais e estaduais, e outra da PF, que investigava o desvio de recursos públicos federais (na ordem de R$ 15 milhões).

As pessoas investigadas podem responder por fraude a licitações, corrupção ativa e passiva, peculato, advocacia administrativa, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Uma entrevista será realizada ainda nesta quinta-feira para que mais detalhes da operação sejam revelados.

Nas três prefeituras os servidores que atenderam às ligações disseram que não estavam autorizados a falar sobre o assunto. Os telefones dos prefeitos estão desligados.