Renda per capita da América Latina quase triplicou desde a década de 1970, diz ONU
O estudo inédito da ONU (Organização das Nações Unidas) “Estado das Cidades da América Latina e Caribe”, lançado nesta terça-feira (21) no Rio de Janeiro, aponta que desde a década de 70, a renda per capita da América Latina e do Caribe quase triplicou, mas com “grandes disparidades”. Na região, os 20% mais ricos têm uma média de renda per capita quase 20 vezes superior à renda dos 20% mais pobres.
O documento, elaborado por técnicos do ONU-Habitat (Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos), afirma que, em 2009, a renda per capita estava na faixa de US$ 4.823 (R$ 9.746) abaixo da média mundial, que era de US$ 5.868 (R$ 11.858). Esta cifra, contudo, oculta “amplas disparidades em todos os níveis”, até mesmo entre cidades.
Os dois extremos de renda se encontram no Caribe, pois em 2009, o Reino das Ilhas de Antigua e Barbuda – um arquipélago no mar do Caribe, que tem uma população pequena e sua economia baseada no setor de serviços – tinha um PIB (Produto Interno Bruto) per capita 27 vezes superior ao do Haiti. O Haiti, por sua vez, tem a renda por habitante mais baixa da região.
Já no Cone Sul, a Argentina tem uma renda média per capita sete vezes mais alta que o Paraguai. E, entre os países andinos, a Venezuela quase quintuplica a renda por habitante em relação à Bolívia.
“O que é mais preocupante é que ainda há muitas cidades que não estão combatendo a inequidade social. Sabemos que as cidades tem como gerar riqueza suficiente para distribuir para toda a sua população”, afirmou Erik Vittrup, oficial principal de Assentamentos Humanos da ONU-Habitat.
De acordo com as Nações Unidas, estima-se que entre 60% e 70% do PIB da região venham de áreas urbanas, onde se concentram os serviços e a indústria. Com o aumento das migrações, multiplicou-se o fluxo de remessas, o que pode representar mais de 10% do PIB em vários países.
Um terço do PIB nas 40 principais cidades
As 40 principais cidades na América Latina são responsáveis por gerar um PIB anual de mais de US$ 842 bilhões (R$ 1,7 bilhão), equivalente a um terço do total da região, que é de US$ 2,5 trilhões (R$ 5 trilhões). Entre elas, apenas São Paulo, Cidade do México, Buenos Aires e Rio de Janeiro, juntas, respondem por metade deste valor, aponta a ONU: US$ 421 bilhões (R$ 850,8 milhões).
Isso é reflexo de um “modelo de gestão econômica muito centralizado, que propiciou sua concentração próximo aos centros de poder político”, destaca o estudo.
Além disso, muitas das principais cidades apresentam uma renda per capita maior que a média de seus países, como a Cidade do Panamá, que tem 39% da população total e gera 61% do PIB nacional. Já Lima, no Peru, reúne 29% de seus habitantes e produz 52% do PIB do país.
Em terceiro lugar está Santiago, no Chile, que tem 35% de chilenos vivendo na capital e é responsável por produzir 41% do seu PIB nacional.
Já São Paulo segue na 11ª posição por reunir 10% da população brasileira e produzir 15% do PIB nacional, e o Rio de Janeiro fica na 19ª posição, com 8% dos habitantes e geração de 10% do PIB.
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