Acusados de matar jornalista desviaram R$ 100 milhões no Maranhão, diz polícia
Documentos analisados pela Polícia Civil do Maranhão apontaram que a quadrilha presa acusada de matar o jornalista Décio Sá, em São Luís, está envolvida num suposto esquema de desvio de verbas federais em municípios do Maranhão. O valor do rombo pode chegar a R$ 100 milhões, segundo levantamento oficial.
O esquema teria sido descoberto pelo jornalista e seria logo denunciado em seu blog, mas ele foi morto antes disso. Sá foi assassinado a tiros na noite do dia 23 de abril quando esperava amigos em um bar da avenida Litorânea, em São Luís.
De acordo com as investigações, o grupo mandante do assassinato do jornalista faz parte de uma quadrilha especializada em desviar recursos públicos, fazer agiotagem, além de extorsão e ameaças as vítimas. Segundo a polícia, o grupo ainda pode estar envolvido em vários assassinatos no Maranhão.
Os mandantes do assassinato foram: José de Alencar Miranda Carvalho, 72, Gláucio Alencar Pontes Carvalho, 34, e Airton Martins Monroe, 24.
Mendes afirmou que foi feito um mapeamento com documentos apreendidos pela polícia e descoberto indícios que outros grupos de agiotagem também ligados a quadrilha faziam parte do esquema. “Esse grupo trabalhava com uma série de empresas fantasmas no nome de pessoas que não existem. Fizemos um mapeamento e identificamos outros grupos de atuação forte em agiotagem”, disse.
Os documentos que apontam os indícios de crimes de agiotagem em diversas prefeituras do Maranhão ligados à mesma quadrilha foram entregues ao MPF-MA (Ministério Público Federal no Maranhão), na última terça-feira (16), pela da SSP. Até agora são 52 prefeituras investigadas.
O procurador da República no Maranhão, José Leite Filho, informou que o MPF e a Polícia Federal vão investigar a denúncia. “Montaremos esta força tarefa tendo em vista o grande número de municípios supostamente envolvidos na fraude, e esperamos em curto espaço de tempo poder apresentar à sociedade maranhense um resultado positivo dessa investigação”, disse Leite.
O inquérito sobre a agiotagem deve ser concluído em janeiro.
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