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Acusada da morte de primo do ex-goleiro Bruno muda versão e nega participação no crime

Sérgio Rosa Salles é recebido por uma das irmãs ao deixar a prisão, em julho de 2011 - Rodrigo Clemente/O Tempo/Futura Press
Sérgio Rosa Salles é recebido por uma das irmãs ao deixar a prisão, em julho de 2011 Imagem: Rodrigo Clemente/O Tempo/Futura Press

Rayder Bragon

Do UOL, em Belo Horizonte

10/12/2012 20h15

A mulher acusada de ter participado da morte de Sérgio Rosa Salles, primo do ex-goleiro Bruno assassinado a tiros, em agosto deste ano em Belo Horizonte, mudou versão apresentada à Polícia Civil mineira e negou nesta segunda-feira (10) ter tido envolvimento no crime.

Denilza Cesário da Silva, 30, é acusada, juntamente com Alexandre Ângelo de Oliveira, 28, de tramar a morte de Salles --o primo do ex-atleta era réu no processo sobre o sumiço e morte de Eliza Samudio, ex-amante de Bruno.

A sessão de instrução do processo sobre a morte de Camelo, como era conhecido Sérgio Salles, ocorreu no Fórum Lafayette, em Belo Horizonte. Além dos réus, foram ouvidas cinco testemunhas de acusação e três de defesa. Outras três testemunhas da acusação foram dispensadas.

A imprensa foi impedida de acompanhar a sessão.

Segundo a assessoria de imprensa do fórum, Alexandre Oliveira assumiu ser o autor dos disparos contra Salles e disse que a motivação foi um suposto assédio do primo do jogador a Denilza Silva.

Em seguida aos depoimentos, defesa e acusação vão apresentar as alegações finais ao juiz sumariante Guilherme Queiróz Lacerda, do 1º Tribunal do Júri de Belo Horizonte. O MPE (Ministério Público Estadual) tem 48 horas para se manifestar.

Em seguida, é a vez da assistência da acusação e, por fim, da defesa, que dispõem do mesmo prazo. Após essa fase ser concluída, o juiz decide se pronuncia ou não os réus ao júri popular. Sérgio Rosa Salles colaborou com a polícia na época da investigação do caso sobre o sumiço de Eliza Samudio e aguardava o julgamento do caso em liberdade.

A morte dele ocorreu no dia 22 de agosto deste ano no bairro Minaslândia, região n orte da capital mineira.

Tocaia

Segundo a polícia, Salles levou seis tiros após ser perseguido em ruas do bairro, quando saía para o trabalho, por Alexandre Oliveira, que estava em uma motocicleta.

O acusado dos disparos teria armado uma "tocaia" para Salles depois de a mulher, que era a sua amante, revelar a ele ter sido assediada pelo primo do goleiro.

Ainda conforme a polícia, os acusados disseram que Salles teria tentando tocar as partes íntimas da mulher.

No dia do crime, Oliveira havia determinado à mulher que passasse novamente pela rua de Salles. Conforme a polícia apurou, depois dos disparos, os dois fugiram na moto.

Os suspeitos da morte de Camelo foram presos no início de setembro. À época, o subcorregedor da Polícia Civil de Minas Gerais, Alexandre França Pena, informou que o casal se entregou porque ficou assustado com a repercussão do caso.

Em depoimento, Alexandre Oliveira e Denilza da Silva assumiram a autoria do crime e confirmaram que a motivação teria sido passional. E les ainda disseram desconhecer que Salles era primo de Bruno, conforme havia dito o subcorregedor.

A investigação do caso foi assumida pela Corregedoria da Polícia Civil mineira por causa da suspeita de envolvimento de policiais na morte de Camelo, o que foi descartado pelo órgão.