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Operação contra desvio de verba da saúde em SP apreende R$ 1 milhão

Do UOL, em Sorocaba

11/12/2012 18h50

Policiais civis e promotores do Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado) deflagraram na manhã desta terça-feira (11) a Operação Atenas, que investiga desvio de verbas públicas da saúde. Na casa de um dos acusados, foi encontrada uma mala com R$ 1 milhão em dinheiro. Duas associações civis seriam as beneficiárias do esquema: o Sistema de Assistência Social e Saude (SAS) e Instituto SAS.

Ao todo, dez pessoas foram presas temporariamente e 18 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em São Paulo e Itapetininga, cidade que fica a 180 quilômetros da capital paulista. Foi de lá que partiu a denúncia, vinda do atual vice-prefeito, Geraldo Miguel de Macedo. Ele, que já ocupou o cargo de secretário de saúde, revelou irregularidades no contrato firmado com a associação civil Sistema de Assistência Social e Saúde, que é responsável pela gestão do hospital regional de Itapetininga.

De acordo com a promotora de justiça Maria Aparecida Castanho, a quadrilha firmava termos de parceria e desviava a verba destinada à gestão de hospitais de pelo menos oito cidades do país. “Eles faziam notas fiscais frias ou superfaturadas para justificar os custos”, explica. “A verba era totalmente liberada na prefeitura, mas a população não recebia o investimento”, acrescenta.

O presidente do SAS, Fábio Berti Carone, foi preso na casa onde mora, em São Paulo. Ele é apontado como chefe de todo o esquema. No cofre, ele guardava uma mala com R$ 1 milhão em cédulas de real, euro, dólar e peso argentino. Todo o valor será depositado em juízo.

A promotora disse ainda que os contratos firmados com as prefeituras de cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina ultrapassam o valor de R$ 100 milhões. “Agora precisamos analisar todos os documentos apreendidos para ter a noção exata do tamanho do prejuízo aos cofres públicos”, explica Maria Aparecida.

Além de Fábio Berti Carone, estão presos: Claudete de Oliveira Souza de Paula, Paulo Celso de Carvalho Moraes, Alberto Antonio de Moraes Terra, Odair José da Silva, Johnny Kleber da Silva, Daniel Haruo Suzuki, Carlos Maurício Maccare, Arthur Berti Ricca, Vilma Aparecida de Oliveira Mergulhão e Flávio Andrade de Almeida. Todos ficarão presos por cinco dias, prazo que pode ser prorrogado por mais cinco dias, se houver necessidade. Ele foram levados para o GAS (Grupo Antissequestro) de Sorocaba, onde prestam depoimentos.

Flávio Andrade de Almeida ainda não foi encontrado pela polícia, por isso é considerado foragido da justiça.

Esclarecimento

Em nota oficial, a Prefeitura de Itapetininga informou que ainda não há citação de envolvimento ilícito de agentes públicos municipais e que a documentação pertinente ao caso já havia sido encaminhado ao MP e a Câmara Municipal por iniciativa da própria municipalidade, a partir de procedimento administrativo instaurado antes das denúncias.

A nota afirma ainda que já estão tomadas as providências para dar continuidade no atendimento do Hospital Regional de Itapetininga, que possui gestão municipal.