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Julgamento de Bola tem troca de farpas entre advogados de acusação e defesa

Rayder Bragon e Carlos Eduardo Cherem

Do UOL, em Contagem (MG)

27/04/2013 17h57Atualizada em 27/04/2013 18h10

O debate entre acusação e defesa do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, acusado de assassinar Eliza Samudio, foi marcado pela "troca de farpas" entre o advogado de defesa, Marcos Aparecido dos Santos Ércio Quaresma, e o promotor, Henry Castro.

O debate começou após o depoimento de Bola no sexto dia de julgamento, neste sábado (27), no Fórum de Contagem (MG), região metropolitana de Belo Horizonte. A expectativa é que a sentença saia ainda hoje.

Primeiro a falar, o promotor Henry Castro acuso acusou o advogado de defesa de ter orientado três acusados pelo crime a não se entregarem num momento em que o filho de Eliza Samudio ainda estava em cativeiro.

"Esse advogado, não se sucumbe à decência. Seu cinismo pérfido envergonha a advocacia. Um tipo de gente que se presta a proteger criminosos".

Elenilson Vítor da Silva e Wemerson Marques, réus no processo, e Flávio Caetano, inocentado por falta de provas, foram alvo de mandado de prisão em 2010. "Esse advogado (Quaresma) orientou os sequestradores", disse Castro.

Logo após a fala do promotor, foi dada a palavra ao advogado de defesa, Ércio Quaresma. "Cearense, cabra macho que não honra as calças que usa", disse sobre o promotor. "Garboso, com goma no cabelo".

 

Em seguida, falou o advogado de Bola, que citou, por diversas vezes, o fato de ter sido preso com crack, a questão do seu vício e sua suspensão por 90 dias da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). "Talvez o crack tenha matado meus neurônios, mas não matou meu caráter"

Em sua fala, Quaresma citou Bola apenas duas vezes. Na maior parte do tempo, criticou a cobertura do caso pela imprensa e as investigações contra Bola (conduzidas pelo ex-delegado Edson Moreira).

"Uma investigação e um inquérito, manipulados, cheios de provas inidôneas", afirmou.