Advogado de Bola recorre da sentença que condenou ex-policial
O advogado Ércio Quaresma, que defendeu Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, condenado neste sábado (27) a 22 anos de prisão pela morte e ocultação do cadáver da ex-modelo Eliza Samudio, em 2010, afirmou que já recorreu da decisão do Tribunal do Júri e se aborrecido com a condenação de seu "amigo de 20 anos".
O dia a dia do júri
Questionado sobre o resultado do júri, Quaresma voltou a criticar o encaminhamento dado ao julgamento pela juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, do 1º Tribunal do Júri, de Contagem, o qual, segundo ele, prejudicou a defesa.
A atuação da defesa do julgamento do ex-policial foi marcada por tumultos. Em um dos momentos do júri, Quaresma chegou a ameaçar pedir a anulação do julgamento após ter a palavra cassada pela magistrada.
Nas palavras de Quaresma, “decisões levadas a cabo pela juíza fulminaram o direito amplo de defesa”.
O advogado se refere, segundo ele próprio, ao tempo dado pela magistrada para a explanação das preliminares do caso --em que defesa e acusação expõem as primeiras argumentações -- e para a exibição dos vídeos do processo-- a juíza delimitou em uma hora o tempo para apresentação de todos os vídeos, tanto da defesa quanto da acusação.
Segundo Quaresma, esse tempo é insuficiente e o teria prejudicado especialmente no momento da exibição de uma gravação em que o primo do ex-goleiro Bruno Fernandes, Sérgio Rosa Sales (morto no ano passado), participava da reconstituição do crime no síto do ex-goleiro, em Esmeraldas (região metropolitana de Belo Horizonte), em 2010. O vídeo não chegou a ser exibido na íntegra.
Quaresma, no entanto, não explicou por que e em que medida o vídeo é importante para a defesa de Marcos Aparecido dos Santos.
Ainda segundo o advogado, há mais razões para ele ter interposto o recurso contra a sentença dos jurados, mas elas só serão apresentadas ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais.
Críticas ao trabalho da imprensa
O advogado Ércio Quaresma também criticou a atuação dos jornalistas na cobertura dos seis dias de julgamento, insinuando que a imprensa orientou a opinião pública contra o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, e que isso pode ter influenciado a decisão dos jurados.
"Vocês da imprensa têm de repensar o comportamento. Há determinadas situações em que há um prejulgamento e uma influência monumentais sobre o resultado daqui", disse referindo-se ao júri de Bola.
Após falar com a imprensa, Quaresma foi embora, mas voltou ao Fórum Doutor Pedro Aleixo, em Contagem (MG). Ele queria denunciar que encontrou seu carro faltando duas rodas e amparado apenas por um macaco, ferramenta de sustentação de veículos.
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