Após morte violenta, Conselho quer receber denúncias de crimes contra dentistas
Após a morte da dentista Cinthya Magaly Moutinho de Souza, 46, que foi queimada viva durante um assalto a seu consultório na última quinta-feira (25), o Crosp (Conselho Regional de Odontologia de São Paulo) decidiu criar um canal de comunicação para denúncias de crimes.
A entidade afirma que em breve terá um número 0800 à disposição e que, por enquanto, as denúncias podem ser encaminhadas para o e-mail (vamosnosproteger@crosp.org.br). No comunicado divulgado à imprensa, a entidade diz que a medida se deve aos “problemas de violência enfrentados nos últimos tempos por cirurgiões-dentistas”.
A polícia prendeu quatro suspeitos por envolvimento no crime --um deles um adolescente de 17 anos-- e afirma que o caso da dentista está resolvido. O grupo, contudo, agora é investigado por participação em outros assaltos a consultórios em São Bernardo do Campo e na zona sul de São Paulo.
O delegado-geral da Polícia Civil, Luiz Mauricio Blazeck, disse acreditar que o bando está envolvido em outros oito assaltos, sendo seis a consultórios odontológicos. Segundo ele, um dos criminosos se passava por paciente para avaliar a segurança dos estabelecimentos e, depois --muitas vezes no mesmo dia-- anunciava o assalto.
Entre os indícios já colhidos pela polícia está o carro de uma outra dentista vítima do bando, que foi encontrado em uma vaga da garagem do prédio de Jonatas Araújo, 21, um dos suspeitos presos.
Outra prova seria a ficha de cadastro preenchida por Vitor Miguel Souza, 24, em um consultório assaltado pelo grupo no Ipiranga (zona sul da capital). Segundo a polícia, depois de se passar por cliente e assaltar a clínica, Vitor teria jogado a ficha no lixo do próprio consultório --o documento, considerado prova, foi anexado ao processo.
Cinthya foi queimada após os assaltante constatarem que havia apenas R$ 30 em sua conta bancária. Ainda de acordo com a polícia, que citou relatos de testemunhas, os criminosos já tinham ameaçado outras vítimas com um isqueiro.
Aumento de latrocínios
O primeiro trimestre de 2013 foi o mais violento dos últimos três anos no Estado de São Paulo. Nesse período, foram registrados 101 casos de latrocínio no Estado, o que indica um aumento de 19% ante 2012 (85 casos).
Os números do ABC Paulista são ainda mais alarmantes: aumento de 275% nos casos de latrocínio no trimestre de 2013, na comparação com o mesmo período de 2012. Neste ano, foram 15 casos registrados nos sete municípios da região, contra quatro no início do ano passado.
Já na cidade de São Paulo os casos de latrocínio aumentaram 82% no primeiro trimestre deste ano, na comparação com igual período de 2012.
Casos envolvendo menores
O envolvimento de menores de idade em casos recentes de latrocínio reacendeu a discussão em torno da redução da maioridade penal no país.
Além do caso da dentista, no início do mês o estudante Victor Hugo Deppman, 19, foi morto durante um assalto em frente à sua casa no Belém, na zona leste de São Paulo. O agressor era um adolescente de 17 anos --que completou 18 dias depois.
No sábado, o secretário Grella já havia defendido a redução da maioridade penal. "Existe a necessidade de a sociedade debater e exigir a reforma da legislação. Temos uma legislação falha, bastante precária, que deixa desprotegido o cidadão, exposto a esse tipo de violência", disse Vieira.
Grella citou, ainda, um projeto apresemtado pelo governador Geraldo Alckmin, que permitiria aos juízes estipular internação de até oito anos para o menor responsável por crime hediondo --atualmente, o limite é de três anos.
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