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Maiores regiões metropolitanas querem R$ 51,5 bi para mobilidade; governo oferece R$ 50 bi

Carlos Madeiro

Do UOL, em Brasília

10/07/2013 11h49

O governo federal encerrou, na manhã desta quarta-feira (10), a primeira rodada de reuniões com governadores e prefeitos de capitais das oito maiores regiões metropolitanas do país para discutir projetos de mobilidade urbana.

Em reuniões, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, e com o ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, que começaram na segunda-feira (8), os governantes pediram um total de R$ 51,5 bilhões em investimentos -- o governo ofereceu R$ 50 bilhões.

Participaram dos encontros com Belchior governantes das regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador, Recife, Fortaleza e Curitiba.

O pedido dos Estados é maior que o total anúncio pelo governo federal, que prometeu investir R$ 50 bilhões em obras de mobilidade em todo país.
Uma nova rodada de reuniões com governadores e prefeitos dos demais Estados e capitais deverá ser marcada para as próximas semanas.

“Vamos parar agora para fazer um balanço global. Vamos analisar os projetos para definirmos que procedimento adotaremos”, disse Belchior.

Apesar de o governo ainda não saber a origem dos recursos para os investimentos, a ministra garantiu que a liberação do dinheiro não enfrentará burocracia. “A liberação será tão rápida quanto for a capacidade de contratação. Algumas propostas têm projeto, outras não. As que tiverem, vão andar mais rápido”, informou.

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Pedidos

Os últimos governantes a serem recebidos em Brasília, nesta quarta-feira, foram o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), e o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), que apresentaram, nesta quarta, projetos num valor total de R$ 4,5 bilhões.

Segundo Campos, os projetos podem ter o início de obras ainda neste ano. Entre as novidades está o projeto que prevê o uso do rio Capibaribe como meio de transporte de massa. Além disso, a capital pernambucana pediu VLTs (veículo leve sobre trilhos) e corredores de ônibus. “São obras possíveis de conclusão até metade do próximo ano”, afirmou o governador.

Outras regiões

Os primeiros a serem recebidos, na segunda-feira, foram o governador e o prefeito de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) e Fernando Haddad (PT), que pediram o maior investimento: R$ 17,3 bilhões. São previstas obras no metrô, trem, estação e corredores metropolitanos. Já a prefeitura fez uma proposta de 150 km de corredores de ônibus, num montante de R$ 6,5 bilhões.

O Rio de Janeiro pediu um montante de R$ 4,3 bilhões. O governo do Estado solicitou recursos para a linha 3 do metrô --que ligará o Rio de Janeiro aos municípios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí. A previsão é que a linha transporte de 250 a 300 mil usuários por dia.

Já a Bahia fez pedidos de R$ 4,2 bilhões ao governo federal para as obras de mobilidade, com investimento básico na ampliação do metrô. A maior obra prevê investimento de R$ 900 milhões, com um corredor viário, implantação de um sistema de BRTs [os Bus Rapid Transit,, que são ônibus rápidos em faixas exclusivas], criação de vias expressas e um conjunto de viadutos e elevados. Cerca de 85% das pessoas que circulam no centro de Salvador devem ser beneficiadas.

O Ceará pediu R$ 2,9 bilhões, sendo R$ 1,8 bilhão para investir em novas linhas de ônibus com trechos exclusivos e para ampliar em 36 km o metrô de Fortaleza. Já a prefeitura de Fortaleza pediu R$ 1,1 bilhão para investir em quatro novas linhas de BRTs.

Os governantes paranaenses pediram R$ 6,6 bilhões. Foi proposto pelo governo do Estado um corredor metropolitano unindo todos os municípios à capital. A prefeitura de Curitiba apresentou 12 projetos para ampliar o metrô e melhorar o sistema de BRTs.

A Grande Porto Alegre quer investimentos de R$ 4,7 bilhões. O governo do Rio Grande do Sul disse que tem um conjunto de 15 obras e que o maior investimento será no metrô, com previsão de gastos de R$ 2,3 bilhões.

Minas Gerais prevê gastos de R$ 7,3 bilhões. Boa parte do valor será na revitalização da Linha 1 do metrô e na construção das Linhas 2 e 3. O Estado também propôs a extensão do BRT fora dos limites da capital. A prefeitura apresentou projeto de intervenções em 100 km de corredores exclusivos para ônibus.