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Esquema de trânsito para visita do papa começa hoje; dez mil ônibus chegarão ao Rio

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, no Rio

21/07/2013 06h00

O esquema especial de trânsito para a Jornada Mundial da Juventude começará neste domingo (21), às 21h, na véspera da chegada do papa Francisco e dois dias antes do início do evento. Os primeiros bloqueios e interdições vão ocorrer em Copacabana, na zona sul da cidade, onde será montado, na altura da rua Princesa Isabel, o palco no qual acontecerá a missa de abertura da JMJ, no dia 23, às 20h.

Triagem fora do Rio

  • André Mourão/Agência O Dia/Estadão Conteúdo

    Todos os ônibus que chegarem ao Rio para a JMJ pssarão por bolsões de credenciamento fora do município. Cada veículo receberá um adesivo personalizado do evento, e que indicará a rota a ser seguida pelo veículo. Os ônibus só poderão chegar ao Rio de Janeiro entre 10h e 16h, isto é, fora do horário de rush, ou no período noturno. A Rodoviária Novo Rio (foto) informou que deve receber cerca de 1 milhão de peregrinos

Também hoje, às 6h, a Polícia Rodoviária Federal inicia uma operação para fiscalizar e coordenar a chegada de pelo menos dez mil ônibus, de acordo com estimativa do governo municipal, pelas rodovias fluminenses. A PRF montará 11 bolsões de credenciamento e pontos de apoio para identificar todas as caravanas de peregrinos. A ação vai perdurar até o dia 28 de julho.

Em Copacabana, em razão da missa de abertura, o órgão municipal adotará esquema semelhante ao que é implantado nos shows de Natal --em 2012, houve as apresentações de Stevie Wonder e Gilberto Gil. A Secretaria Municipal de Transportes vai proibir o estacionamento em 13 vias do bairro.

Já entre os dias 25 a 27 de julho, quando ocorrem os principais eventos (Festa da Acolhida dos Jovens e Via Crúcis, ambas com a presença do papa), o bairro de Copacabana será totalmente fechado para o trânsito, a partir das 14h, em um esquema semelhante ao do Réveillon.

As interdições vão ocorrer em 29 vias, inclusive para ônibus regulares e táxis. O esquema deverá se flexibilizado das 4h às 12h de sexta-feira (26) e encerrado no sábado (28), às 4h.

Como funciona?

  • 4

    bolsões

    Os quatro principais pontos de triagem das caravanas de peregrinos serão montados nas cidades de Queimados, Sapucaia, Três Rios e Itaboraí

  • 11

    bolsões

    No total, entre os bolsões de credenciamento e pontos de apoio, são 11 bases montadas pela Polícia Rodoviária Federal. Nesses locais, todos os veículos receberão adesivos de identificação

  • 2

    categorias

    A Prefeitura do Rio criou duas categorias para identificar os ônibus que circularem pelo Rio durante a JMJ: ônibus que exercem atividades rotineiras (linhas regulares, fretamento contínuo, receptivo turístico ou veículos do próprio evento) e extraordinárias (fretados por peregrinos)

Para os fiéis que irão aos eventos em Copacabana, a única opção será o trajeto a pé. As linhas de ônibus que partem do centro e da zona norte deverão parar obrigatoriamente em bolsão de desembarque posicionado em Botafogo, e o mesmo acontecerá em relação aos ônibus que chegarão dos bairros da zona oeste, porém a parada será em Ipanema. Os peregrinos também terão a opção de usar o metrô.

A prefeitura anunciou também que as linhas que saem dos aeroportos do Rio (Santos Dumont e Galeão) e da Rodoviária Novo Rio, na zona portuária, serão reforçadas. Haverá conexão especial.

Guaratiba

O bairro da zona oeste do Rio que terá o principal palco da JMJ, o Campus Fidei, passará por três fases de bloqueios e interdições. No local, o papa Francisco rezará a missa de encerramento, no domingo (28), e participará da vigília com os jovens, na noite anterior.

Nas rodovias

  • Luis Moura/Estadão Conteúdo

    A PRF terá bases em Queimados, na Baixada Fluminense, por onde passarão os ônibus que optarem pela rodovia Presidente Dutra (foto); em Três Rios, na altura do km 17 da rodovia Washington Luiz; na altura do km 0 da BR-116 Norte, em Sapucaia, na região serrana; e em Itaboraí, na região metropolitana, na altura do km 294 da BR-101 Norte.

Na primeira fase, no dia 26 de julho, às 12h, as forças de segurança farão uma varredura no entorno do terreno. "Esse bloqueio não afetará a circulação macro da região", afirmou o secretário municipal de Transportes, Carlos Osório.

No dia 27 de julho, a partir de 0h, as ruas que fazem parte das rotas de peregrinação --e que começam no Recreio dos Bandeirantes, Santa Cruz e Campo Grande-- serão totalmente fechadas, inclusive para os moradores de Guaratiba, que não poderão circular de carro. "Pode ser que os peregrinos comecem a caminhar já durante a madrugada de sexta para sábado", alertou Osório. O Campus Fidei abrirá para o público às 6h.

O principal meio de transporte para os peregrinos que irão a Guaratiba será o trem, e o maior fluxo de desembarque será na estação Santa Cruz. O sistema BRT (Bus Rapid Transit) Transoeste também será uma opção para os fiéis, porém o mesmo só funcionará na ligação Alvorada-Recreio Shopping, desembarcando na estação Recreio Shopping. Da estação até o local do evento, a caminhada será de cerca de 13 quilômetros.

Distribuição de cores

  • Adesivos amarelo ou rosa indicarão que o ônibus não terá qualquer tipo de restrição para circular pela cidade.
  • Já os adesivos nas cores laranja, verde, azul, vermelho e roxo serão dados aos ônibus fretados.
  • A cor laranja indica que o veículo em questão tem permissão para embarque e desembarque nas paróquias.
  • As demais sinalizarão os bolsões de estacionamento de cada ônibus --verde para o Fundão, na Ilha do Governador; azul para a Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão; vermelho para o Recreio dos Bandeirantes; e roxo para Paciência

O prefeito também explicou ser a longa caminhada uma marca registrada da JMJ, cuja característica representaria, segundo ele, um momento de "encontro e união". Quanto ao local da peregrinação, Paes afirmou que a escolha por Guaratiba partiu do próprio Vaticano, a pedido do papa. "Ele queria que o Campus Fidei ficasse na área oeste da cidade, a mais pobre", disse.

A saída dos peregrinos do Campus Fidei será um dos principais desafios para os organizadores do evento. De acordo com estimativa da própria prefeitura, a dispersão do público nos eventos dos dias 27 e 28 poderá durar até dez horas.

O prefeito Eduardo Paes (PMDB) afirmou reconhecer o fato de que a volta para casa dos fiéis em Guaratiba poderá ser problemática.

"Tudo é preocupante. Esse é um evento que dura uma semana e tem uma quantidade enorme de pessoas. É só você imaginar que Copacabana terá uma noite de Natal e duas de Réveillon [referindo-se aos eventos dos dias anteriores] e, quando você imagina que vai poder ir para casa e descansar, já tem um outro Réveillon em Guaratiba. É claro que exige preocupação", declarou.

O peemedebista lembrou ainda o fato de que o bairro nunca possuiu "protagonismo ou centralidade" em relação aos grandes eventos que ocorrem na capital fluminense. "É um desafio. Não dá para comparar com Copacabana", disse. O famoso bairro zona sul, acostumado a sediar a festa do Réveillon, também concentrará as principais atividades da Jornada.

Para as pessoas que moram em Guaratiba, a orientação do governo municipal é evitar sair de carro durante a JMJ. O motorista que apresentar comprovante de residência poderá acessar o bairro, porém não poderá passar pelas ruas que fazem parte das rotas de peregrinação.