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Papa Francisco repete João Paulo 2º e dá terço a moradores em visita à favela no Rio

Moradores de Varginha, favela do Complexo de Manguinhos, foram presenteados pelo papa Francisco com terços durante a visita do pontífice - Hanrrikson de Andrade/UOL
Moradores de Varginha, favela do Complexo de Manguinhos, foram presenteados pelo papa Francisco com terços durante a visita do pontífice Imagem: Hanrrikson de Andrade/UOL

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, no Rio

25/07/2013 15h34

Moradores de Varginha, favela do Complexo de Manguinhos, foram presenteados pelo papa Francisco com terços durante a visita do pontífice à comunidade, na manhã desta quinta-feira, na zona norte do Rio de Janeiro. O chefe da Igreja Católica repetiu assim o gesto do então papa João Paulo 2º na passagem pelo morro do Vidigal, em 1980, na zona sul.

Um dos agraciados com o terço abençoado pelo papa foi o inspetor Diego Rodrigues, 26, amigo da família visitada pelo santo padre. Ele estava na residência de Maria Lúcia Santos Penha, 61, dona do imóvel.

"Muita emoção. Não tenho nem palavras. Não sabia o que falar na hora, foi só a benção mesmo. Algo incrível, inexplicável", afirmou o jovem.

O aposentado Sebastião José da Penha, cunhado de Maria Lúcia, também recebeu um terço das mãos do chefe da Igreja Católica. "Estava na casa do meu irmão e dei sorte, graças a Deus. Nunca pensei de ser abençoado pelo papa", relatou.

No Vidigal, João Paulo 2º visitou a casa de Elvira Almeida de Lima, a quem presentou com dois terços. Após a morte dela, os objetos ficaram com o filho, Armando de Almeida Lima, que guarda o terço até hoje. Em entrevista ao UOL, Lima contou detalhes da passagem do papa pelo Vidigal.

Na visão do ex-líder comunitário, a visita de um papa a uma comunidade carente do Rio representou o início de uma série de transformações em relação à dialética entre o morro e o asfalto. "Quando o papa disse que não estava no Vidigal por curiosidade, e sim porque nos amava, os moradores sentiram que não eram tão invisíveis assim. A vinda dele fez com que a imagem das favelas começasse a mudar. Aos poucos, as pessoas foram descobrindo que há gente de bem na favela", afirmou.