Polícia Civil reafirma em nota que manifestante preso atirou coquetel molotov em policial militar
A Polícia Civil reafirmou nesta quinta-feira (25) que o estudante Bruno Ferreira Teles, 25, foi preso na manifestação do último dia 22 por atirar uma garrafa com coquetel molotov contra um policial militar.
De acordo com a Civil, a prisão se deu a partir do depoimento de um policial militar que afirmou ter visto quando manifestantes acenderam um coquetel molotov e o entregaram ao manifestante, que o lançou contra a tropa de PMs. Ainda segundo declarações do PM, Bruno recebeu ordens para parar, mas resistiu à prisão e tentou fugir correndo.
A polícia divulgou ainda imagem de dois braceletes que teriam sido apreendidos com o manifestante. De acordo com a instituição, ele foi autuado no artigo 16, parágrafo único, inciso 3, do Estatuto do Desarmamento, que consiste em punir quem "possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar".
A Civil afirma ainda que em nenhum momento atribuiu ao estudante a posse de onze coquetéis molotov apreendidos durante a manifestação. Afirmou que o manifestante está em liberdade em razão de um habeas corpus, e caso seja denunciado pelo Ministério Público, responderá pelo crime pelo qual foi autuado. O MP informou que deve se pronunciar sobre o caso somente na segunda-feira (29).
Preso em protesto
Bruno Teles afirma ser inocente
Na noite desta-quarta feira, o “Jornal Nacional” divulgou inquérito que contraria informação divulgada no Twitter da Polícia Militar de que o manifestante estava de posse do conteúdo inflamável. Em entrevista exclusiva à reportagem do UOL, nesta quarta-feira (24), Teles disse que a prisão aconteceu sem nenhum motivo.
"Do nada, o batalhão veio em cima de mim. Sem motivo algum. De repente estourou uma bomba do meu lado e eu não lembro de quase mais nada", afirmou Teles, que perguntava a todo momento se o entrevistador era um P2 --policial militar que faz investigações e não anda fardado.
Após a insistência da reportagem, ele admitiu, no entanto, que gritou na direção da tropa da PM, criticando a ação dos policiais, quando do começo do confronto, mas negou que tivesse cometido qualquer agressão física contra algum agente de segurança. "Gritei apenas para a ação da PM ser melhor."
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