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Jovens peregrinam por rodoviária no Rio em busca de local para dormir enquanto esperam ônibus

Carolina Farias

Do UOL, no Rio

29/07/2013 13h28

Para evitar perder o horário da partida dos ônibus, peregrinos chegaram cedo à rodoviária Novo Rio, no Rio de Janeiro, nesta segunda-feira (29). Alguns grupos de jovens chegaram a dormir no terminal por causa da lotação de horários para partidas no domingo (28).

A dupla Matheus Dias, 28, e Augusto Flávio Ribeiro Neto, 21, chegou às 14h de domingo e vai embarcar para Belo Horizonte somente às 13h30 desta segunda. O terminal tem previsão de 25.217 partidas nesta segunda, contra 38.854 chegadas de moradores que aproveitaram o feriado da Jornada Mundial da Juventude para viajar.

"Ficamos com medo de não conseguir sair de Copacabana e ter de dormir lá de novo, com a praia vazia. Ficamos com medo de assalto", disse Matheus. Como as passagens estavam esgotadas, compraram para esta segunda o bilhete e iniciaram uma nova peregrinação: achar um lugar para dormir no terminal. 

"Nós dormimos pela rodoviária toda, porque os seguranças tiravam a gente dos lugares, até chegarmos aqui", explicou Neto sobre o local, uma reprodução de um campo de futebol, com pufes espalhados pela falsa grama. "Nessa noite aqui na rodoviária nós fizemos mais amigos que em Copacabana", brincou Matheus. Eles ficaram amigos de Paula Tomás Borges, 21, de Vitória, que foi sozinha à Jornada Mundial da Juventude. "Dormi no relento em Copacabana, mas valeu a pena".

Para não correrem o risco de perder o ônibus, um grupo da cidade de Leme (SP), saiu de Santa Cruz, zona oeste do Rio, com cinco horas de antecedência do horário da viagem. Chegaram duas horas antes e aproveitaram para descansar no chão do terminal. "Saímos cedo porque o transporte na cidade foi muito ruim. Mas, a gente entende. Era muita gente", disse a auxiliar de enfermagem Márcia Bispo, 37.

Um grupo de Campinas, que também descansava enquanto esperava o ônibus, reclamou da falta de estrutura da cidade durante a Jornada. Eles deixaram as hospedagens de madrugada para não perderem a hora da viagem.  Reni Aparecida da Silva, 40, ficou hospedada em Madureira, na zona norte, e disse ter se sentido perdida com a falta de informações. "Os próprios motoristas dos ônibus não sabiam o trajeto que tinham que fazer. Ninguém sabia informar nada", disse.

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Para Everton César Moisés, 24, a falta de organização fez o peregrino perder tempo. Ele e seu grupo não conseguiram conhecer a cidade porque, o dia que iriam passear, perderam muito tempo na estação Carioca do metrô para trocar o cartão de embarque.

"Ficamos o dia todo lá, porque disseram que tínhamos que trocar por causa das mudanças de horário. Depois ficamos sabendo que liberaram. Se ia fazer isso, por que deixar a gente perder tanto tempo?”, questionou. “Faltou organização."