Governo adiará leilão do trem-bala se grupos da Espanha e da Alemanha garantirem presença
O governo consultará ainda nesta semana representantes dos consórcios da Espanha e da Alemanha para saber se entrarão na disputa do leilão do trem-bala se houver mais prazo para formularem suas propostas, disse uma fonte do governo à agência Reuters nesta quarta-feira (7).
Se o governo tiver uma confirmação da participação dos dois grupos, o leilão será adiado para alguma data até o final deste ano, afirmou a fonte. O objetivo é garantir competição pelo projeto, já que atualmente apenas um consórcio, da França, confirmou nos bastidores que apresentará proposta no prazo atual, marcado para o próximo dia 16.
No início de agosto, o acidente em um trem da estatal espanhola Renfe , que deixou 79 mortos, lançou dúvidas sobre a participação do consórcio espanhol - um dos mais interessados na disputa. Isso porque o edital do trem-bala veta a participação de operadores envolvidos em acidentes fatais em linhas de alta velocidade nos últimos cinco anos.
Segundo a "Folha de S.Paulo", a presidente Dilma Rousseff já confidenciou a assessores que deve adiar a disputa, mas faltariam detalhes para tomar uma decisão final. Além de questões técnicas, a presidente se preocupa com os protestos de ruas que questionaram a prioridade do trem-bala diante da necessidade de investir em metrôs nas capitais -- o projeto deve consumir mais de R$ 30 bilhões.
O tema foi discutido ontem à noite por Dilma e pelos ministros Guido Mantega (Fazenda) e César Borges (Transportes), além do presidente da EPL (Empresa de Planejamento e Logística), Bernardo Figueiredo.
Um grupo defende o adiamento sem data definida de retomada. Outro deseja um adiamento curto, para dar tempo aos consórcios de se organizar. Outros acreditam que essa definição deveria ficar para depois das eleições.
Um terceiro consórcio, da França, mantém sua disposição de participar da licitação na data agendada. Defensores do adiamento afirmam que seria ruim fazer um leilão com só um competidor.
(Com informações da Reuters e da "Folha de S.Paulo")
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