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PM detém 11 manifestantes e reforça policiamento no entorno da Câmara do Rio

Manifestante é agredido durante briga nesta quinta-feira (22), no entorno da Câmara dos Vereadores do Rio - Kátia Carvalho/Estadão Conteúdo
Manifestante é agredido durante briga nesta quinta-feira (22), no entorno da Câmara dos Vereadores do Rio Imagem: Kátia Carvalho/Estadão Conteúdo

Carolina Farias

Do UOL, no Rio

22/08/2013 15h26Atualizada em 22/08/2013 18h50

A Polícia Militar do Rio de Janeiro reforçou o policiamento no entorno da Câmara Municipal após deter 11 manifestantes durante uma confusão do lado de fora do prédio no intervalo da primeira audiência da CPI dos Ônibus, nesta quinta-feira (22). Manifestantes contra e a favor à CPI trocaram agressões do lado de fora da Casa. 

Os detidos foram encaminhados pelos policiais do 5º batalhão para a 5ª DP (Lapa). De acordo com informações da delegacia, nove dos 11 detidos foram autuados e também classificados como vítimas pelo crime de ameaça - os grupos trocaram ameaças.

Houve ainda um registro de lesão corporal e um de ameaça. Todos os envolvidos assinaram o termo circunstanciado e foram liberados. Os casos foram encaminhados ao Juizado Especial Criminal (Jecrim).

Dentro da Câmara, ao menos cem manifestantes ocuparam as galerias durante audiência que ouviu o atual secretário municipal de Transportes, Carlos Roberto Osório, o ex-titular da pasta Alexandre Sansão e o presidente da comissão de licitação em 2010, Hélio Borges, que atualmente trabalha na CET-Rio, órgão subordinado à secretaria. A comissão investiga irregularidades na licitação das linhas de ônibus que operam na cidade, realizada em 2010. 

Durante a audiência, uma mulher jogou um tênis no vereador Renato Moura (PTC), mas atingiu apenas a cadeira onde ele estava sentado. Ela foi retirada do local. As galerias da Câmara foram divididas entre manifestantes contrários aos membros escolhidos para a CPI de um lado e, do outro, eleitores do vereador Chiquinho Brazão (PMDB), presidente da comissão. 

Apesar da desocupação da Casa, que estava tomada por manifestantes desde o dia 9, ainda há ativistas acampados do lado de fora da Câmara. Os manifestantes pedem, entre outras reivindicações, a anulação da reunião de instalação da CPI dos Ônibus e a realização de nova sessão para instalar a comissão "de forma legítima".

Proposta pelo vereador Eliomar Coelho (PSOL), a CPI é presidida por Brazão e tem como relator o vereador Professor Uóston (PMDB). Além deles, compõem a comissão os vereadores Jorginho da SOS (PMDB) e Renato Moura (PTC). Os quatro últimos são da base governista e não assinaram o requerimento da CPI. Coelho não compareceu à sessão.

Veja imagens da ocupação dia a dia

  • 1º dia - Manifestantes ocupam o plenário da Câmara de Vereadores em protesto contra a escolha do vereador Chiquinho Brazão (PMDB) para ser presidente da CPI dos Ônibus

  • 2º dia - Cerca de 60 manifestantes que participam do protesto Fora Cabral apoiam a ocupação da Câmara

  • 3º dia - Após assembleia, apenas um grupo de nove manifestantes permanece na Câmara

  • 4º dia - O vereador e ex-prefeito Cesar Maia (DEM) é hostilizado por manifestantes, que chegaram a cuspir no carro do parlamentar na saída da Câmara

  • 5º dia - Grupo de taxistas se une aos manifestantes em frente à Câmara e estende um enorme bandeira do Brasil

  • 6º dia - Manifestantes acampam na frente da Câmara

  • 7º dia - O vereador Chiquinho Brazão abre a CPI dos Ônibus e preside a reunião que determinou as indicações das funções e a entrega de documentos

  • 8º dia - Manifestantes completam uma semana acampados na Câmara

  • 9º dia - O grupo monta uma espécie de varal com fotos dos vereadores Chiquinho Brazão (PMDB) e Professor Uóston (PMDB) com dizeres de "procura-se".

  • 10º dia - Manifestantes aproveitam o domingo para praticar ioga

  • 11º dia - "Não existe tarifa zero. Alguém sempre vai pagar", diz presidente da CPI

  • 13º dia - Os sete manifestantes que continuavam ocupando a Câmara deixam o local, acompanhados de advogados e vereadores